Promotor acusa formalmente sargento da PM que matou mulher e atirou contra a própria filha
Por Santa Portal em 30/05/2025 às 20:00
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) acusou formalmente, na última sexta-feira (23), o sargento da PM Samir do Nascimento Rodrigues de Carvalho, de 46 anos, pelo feminicídio de sua esposa, Amanda Fernandes Carvalho, de 42, e pela tentativa de homicídio contra a filha do casal, de 10 anos. O crime ocorreu no dia 7 deste mês.
De acordo com o MPSP, a tese do promotor Fabio Perez Fernandez é de que o denunciado premeditou o crime, motivado por desentendimentos na relação amorosa. Segundo o apurado, o homem apresentava comportamento frio, grosseiro e violento, chegando a ameaçar e agredir fisicamente a mulher em outras ocasiões.
Após entrar na clínica médica onde sabia que as vítimas estavam, no canal 1, “o acusado foi interpelado por PMs acionados para atender à ocorrência, mas teria dissimulado o porte da arma que carregava e conseguiu entrar no consultório onde mãe e filha se escondiam. Lá, atirou várias vezes e seguiu atacando a mulher com um punhal”, diz o MPSP. O laudo necroscópico apontou que Amanda foi vítima de 51 facadas por parte de Samir.
Fernandez busca a condenação do suspeito com as qualificadoras de meio cruel, perigo comum, dissimulação, recurso que impossibilitou a defesa e emprego de arma de fogo de uso restrito, além dos agravantes de crimes praticados contra mãe, na presença de descendente da vítima e contra sua própria descendente, menor de 14 anos.
Entenda o caso
O sargento Samir Carvalho matou a sua mulher, de 42 anos, e atirou contra a própria filha, de 10 anos, ao invadir um consultório clínico localizado no canal 1, em Santos, no dia 7 de maio.
Samir matou Amanda com 51 facadas em diversas partes do corpo. O policial também atirou três vezes contra a vítima.
O sargento da PM teve a sua prisão em flagrante convertida em preventiva, foi afastado de suas funções e teve o sigilo do celular quebrado. Ele foi levado para o Presídio Militar Romão Gomes, na Capital, e deve retornar a Santos para a reconstituição. Sua esposa, Amanda Fernandes, morreu no local, enquanto a filha ficou seis dias hospitalizada na Santa Casa de Santos.
Inquérito Policial
A Polícia Militar de São Paulo instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar com rigor a conduta dos policiais acionados para a ocorrência que culminou em feminicídio e tentativa de homicídio em uma clínica médica na Vila Belmiro, em Santos, na tarde do último dia 7. Um sargento da própria corporação matou a esposa e feriu a filha de 10 anos.
De acordo com a SSP, os agentes foram chamados via Copom para atender a uma ocorrência inicialmente descrita como “desinteligência”. No local, encontraram a vítima, Amanda Fernandes, e a filha trancadas em um consultório, enquanto o autor do crime, o sargento Samir Carvalho aguardava do lado de fora.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, após o policial mostrar que não estava armado, a porta foi aberta. Em seguida, Samir invadiu o consultório, sacou uma arma, disparou contra a esposa e a filha, e ainda desferiu aproximadamente dez facadas na mulher. A PM investiga se houve falhas na atuação dos agentes inicialmente acionados, especialmente no momento em que decidiram permitir que o sargento voltasse a ter contato com as vítimas.
Amanda, diretora de comércio exterior, não resistiu aos ferimentos e morreu no local. A vítima fatal deixou outros dois filhos.
Samir Carvalho, que estava de folga no momento do crime, foi contido e preso em flagrante por outros policiais. Ele foi levado para o Presídio Militar Romão Gomes, na Capital.
