Homem é preso suspeito de cobrar ‘mensalidade’ para interromper ataques a trens na Baixada
Por Santa Portal em 05/12/2025 às 15:00
A Polícia Civil prendeu, na quinta-feira (4), um homem, de 39 anos, suspeito de extorquir a Rumo Logística e de integrar um esquema que promovia ataques recorrentes a trens da concessionária na Baixada Santista. A detenção foi realizada por equipes da 5ª Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (Disccpat), do Deic, no momento em que ele oferecia a um representante da empresa a suspensão das ações criminosas mediante pagamento mensal em Santos, no litoral de São Paulo.
As investigações apontam que o grupo responsável pelos ataques vinha agindo de forma sistemática. A quadrilha cortava mangueiras de ar e furtava cabos de energia das locomotivas, além de realizar sabotagens para acessar vagões e subtrair cargas. Desde outubro, a escalada de violência incluiu incêndios provocados nos vagões alguns ainda em movimento, colocando em risco moradores que vivem próximos aos trilhos.
O ataque mais recente ocorreu na noite do último dia 26. Um incêndio criminoso atingiu mais de dez vagões carregados de celulose de uma composição da Rumo, na altura da Rodovia Cônego Domênico Rangoni. Outros ataques foram episódios semelhantes, com menores proporções, ocorreram em 21, 22, 24 de outubro e 7 de novembro, no trecho entre São Vicente e Cubatão.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito procurou funcionários da empresa por mensagens de celular e apresentou uma espécie de serviço de proteção. Disse que poderia garantir o fim das ocorrências se a empresa aceitasse pagar uma mensalidade. Para demonstrar controle sobre o esquema criminoso, afirmou que, durante uma semana, não haveria novos ataques.
O homem foi preso em flagrante após marcar um encontro com representantes da concessionária para formalizar a oferta em um shopping de Santos. Ele foi levado para a sede da 5ª Disccpat, onde o caso foi registrado como extorsão, associação criminosa e perigo de desastre ferroviário, onde permanece detido e à disposição da Justiça.
O que diz a Rumo?
A concessionária afirmou que colabora com as investigações e reforça que a segurança de seus funcionários e das comunidades ao entorno da ferrovia é prioridade. A empresa orienta que denúncias continuem sendo feitas pelos canais oficiais do Estado (190 e 181), com opção de anonimato.