Subsecretário de Praia Grande alvo de investigação sobre a morte de ex-delegado-geral pede exoneração

Por Santa Portal em 03/10/2025 às 20:00

Reprodução/Redes sociais
Reprodução/Redes sociais

O subsecretário de Gestão e Tecnologia de Praia Grande, Sandro Rogério Pardini, pediu exoneração do cargo nesta sexta-feira (3). Ele é um dos investigados na operação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que apura o assassinato do ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, morto a tiros em 15 de setembro no município.

Em nota assinada por seus advogados, Patrícia de Britto e Octavio Rolim, Pardini informou que a decisão foi tomada de forma “ponderada e responsável”, com o objetivo de se dedicar integralmente à defesa e à família neste momento. A defesa afirma que ele não tem qualquer envolvimento, “direto ou indireto”, com o crime e que está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.

Na última segunda-feira (29), o DHPP cumpriu nove mandados de busca e apreensão em imóveis de Praia Grande, Santos e São Vicente. Quatro servidores da Prefeitura de Praia Grande – um agente de fiscalização da Secretaria de Urbanismo, um trabalhador da Secretaria de Administração, um engenheiro e uma diretora de departamento da Secretaria de Planejamento – foram alvos da operação. Todos tiveram celulares, computadores e documentos apreendidos em suas residências.

Além deles, a Polícia Civil também realizou buscas na casa de Pardini. No local, os investigadores apreenderam R$ 50 mil em espécie, US$ 10 mil, 1,3 mil, cerca de R$ 8 mil em notas diversas, além de bilhetes que indicariam divisão de valores entre duas pessoas. Também foram recolhidos celular, computador, registros de arma de fogo e um certificado de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo informou que todo o material apreendido está sendo analisado e poderá contribuir para esclarecer as circunstâncias do crime.

Procurada pelo Santa Portal, a Prefeitura de Praia Grande confirma que o servidor mencionado apresentou, nesta sexta-feira, pedido de exoneração de suas funções, que foi publicado hoje no Diário Oficial. “Na solicitação, justificou a decisão como necessária para dedicar atenção integral à sua família que está profundamente abalada pelos recentes acontecimentos. O servidor também declarou que, uma vez concluídas as investigações e comprovada sua inocência, permanecerá à disposição da Administração Municipal e do interesse público”, diz a nota.

“A Prefeitura de Praia Grande reitera que tem pleno conhecimento das duas frentes de investigação em andamento e entende que seja procedimento da apuração que servidores sejam ouvidos pelas autoridades, podendo colaborar com o esclarecimento dos fatos. Os demais servidores seguem no quadro de funcionários. Ressalta-se que tal circunstância não significa que esses servidores sejam considerados suspeitos”, acrescenta a Administração Municipal.

Por fim, a Prefeitura destaca que mantém contato permanente com a Polícia Civil e colabora integralmente com as investigações, fornecendo imagens, informações e demais materiais requisitados.

O assassinato

O ex-delegado-geral de São Paulo foi assassinado no fim da tarde do último dia 15, em Praia Grande. O carro do policial civil aposentado foi atingido por 29 tiros de fuzil no momento em que saía da prefeitura, onde trabalhava como secretário de Administração.

Imagens do ataque mostraram o momento em que ele tentou fugir e bateu em dois ônibus em uma avenida movimentada. Ao menos três homens encapuzados e com coletes à prova de balas desceram de um dos veículos usados no crime e o alvejaram. Ele morreu no local.

Até o momento, quatro suspeitos já foram presos, incluindo o homem apontado pelas investigações como um dos possíveis autores dos disparos que atingiram o delegado. Um dos investigados, Umberto Alberto Gomes, morreu em confronto com a polícia.

Os foragidos são Felipe Avelino da Silva, vulgo Mascherano, 33 anos: seu DNA foi encontrado em um dos veículos utilizados no crime; Flávio Henrique Ferreira de Souza (foragido), 24 anos: DNA encontrado em um dos carros usados no crime; e Luiz Antonio Rodrigues de Miranda, 43 anos: apontado como responsável por ter dado a ordem à Dahesly para que ela fosse buscar o fuzil.

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