Baixada Santista tem aumento de 27,3% nos casos de violência contra a mulher
Por Anna Clara Morais em 11/08/2025 às 20:00
Dezenove anos após sua criação, a Lei Maria da Penha, legislação criada com o objetivo de mitigar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, ainda não parece suficiente para combater esse tipo de violência. Apesar do marco ser motivo de celebração, os números da região seguem desanimadores, considerando que somente no primeiro semestre do ano, os nove municípios da Baixada Santista somaram 3.198 casos de violência contra a mulher, 27,3% a mais do que no mesmo período em 2024, de acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça.
Aliás, o segundo semestre repete o mesmo triste cenário. Neste domingo (10), Cleon dos Santos Pires Querido, de 27 anos, foi preso acusado de mandar matar a companheira, de 22, em Mongaguá. A vítima, Maria Kauane Domingos da Silva, foi baleada na cabeça na noite de sábado (9) e morreu no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, na noite de domingo.
No mesmo dia, o sargento do Exército Brasileiro Pedro Henrique Martins dos Santos, de 24 anos, matou a esposa Gabrielly Simões Silva, de 21, e a filha do casal, Jade Caroline Simões Martins, de apenas um ano, antes de tirar a própria vida. O crime ocorreu na madrugada do Dia dos Pais, no Morro Nova Cintra, em Santos.
Santos lidera os casos
Em Santos, de janeiro a junho de 2025, foram 958 casos de violência contra a mulher, colocando a cidade em primeiro na lista dos municípios da região com a maior quantidade de ocorrências desse tipo. O número representa um aumento de 22,7% em comparação com o mesmo intervalo de tempo do ano anterior, em que foram contabilizados 781 casos.
Ainda em termos de quantidade, Praia Grande vem logo atrás, com 467 mulheres que sofreram algum tipo de violência nos primeiros seis meses do ano, número que também cresceu de um ano para o outro, em mais de 26,2%, já que em 2024 foram 370 casos no município.
Apesar do baixo crescimento, de 3,9%, São Vicente entra em terceiro lugar, com 452 casos na primeira metade de 2025 e 435 no mesmo período em 2024. Já Guarujá, neste ano, obteve um aumento expressivo no número de casos, de mais de 45,1%, e, por isso, passou a ser a quarta cidade da Baixada com a maior quantidade de registros de violência contra a mulher. A cidade, até junho de 2024, contabilizou 246 ocorrências do tipo mas, em 2025, o número saltou para 357.
Com mais que o dobro de casos de 2024 para 2025, Bertioga foi o município com o maior crescimento, de 143,4%, já que no primeiro semestre do ano passado foram 76 e, no mesmo período deste ano, 185. Já Mongaguá foi a segunda cidade com o maior percentual de aumento, de mais de 49%, passando de 100 para 149 casos.
Já em Itanhaém, o crescimento percentual foi de 37,5%, passando de 176 para 242 registros e, em Cubatão, o número de casos passou de 152 para 192, apresentando um aumento de mais de 26,3%.
Completando o panorama das cidades, Peruíbe aparece com a menor quantidade de casos e o menor crescimento, de 5,1%. De janeiro a junho de 2024 foram 177 ocorrências e, no mesmo período de 2025, 186.