Surfista de ondas grandes de Guarujá se “aventura” na produção de filmes e vence prêmio
Por Santa Portal em 14/12/2025 às 13:00
Juliana Frare, de Guarujá, no litoral de São Paulo, está mudando de vez sua trajetória de vida. Aos 38 anos de idade, ela decidiu entrar de vez no seleto mundo dos surfistas de ondas grandes e vem se preparando para enfrentar as montanhas de água mundo afora. Mas, ela é um caso mais do que especial, porque tem de conciliar todo o seu treinamento com a tarefa de ser mãe solo de quatro filhos.
Essa guinada e transformação foi retratada no curta-metragem “Entre Mundos”, que a própria surfista produziu, junto com o cinegrafista Thiago Gonçalves, e que acabou de ser premiado na 3ª edição do Prêmio Naborda Melhores 2025, evento feito e voltado para os amantes do surf. Juliana faturou a categoria “Melhor narrativa feminina no esporte”, ao contar sua vida e servir de exemplo para outras mulheres.
Determinada, valente, ousada, apaixonada pelo que faz, a surfista mostra momentos íntimos de seu cotidiano, alguns nunca revelados, com a violência doméstica, todo o seu esforço para conciliar sua rotina de mãe, consultora empresarial, atleta, e o filme emocionou muitos espectadores presentes na apresentação no Cine Roxy. “Foi uma emoção que ainda estou processando. Não pelo troféu em si, mas pelo reconhecimento de uma história que é real, imperfeita, humana”, disse.

“É entender que tudo aquilo que um dia eu achei que ia me quebrar, na verdade me construiu. Receber o prêmio Melhores do Ano na Borda 2025 foi um abraço do universo dizendo: continua, Juliana, sua história importa e vai inspirar muita gente!”, vibrou a surfista, que por muito pouco não esteve presente na cerimônia de premiação, justamente pelo alerta de ondas grandes no sul do País.
Transformadora
Juliana contou que produzir o filme foi uma experiência transformadora. Ela decidiu fazer o curta por sentir que era a hora de mostrar, sem filtros, o que existe por trás de sua trajetória nas ondas grandes, da maternidade de quatro filhos e de todas as escolhas que fez para continuar seguindo os seus sonhos. “Eu queria que as pessoas enxergassem não só a Ju mãe, a Ju atleta, mas a mulher que aprende, erra, levanta, tenta de novo e segue acreditando”, argumentou.
“O filme nasceu dessa urgência de contar a minha verdade”, destacou. “Produzir foi intenso. Foi revisitar dores, vitórias, quedas, medos e recomeços. Foi colocar energia onde eu costumava guardar em silêncio. É um processo que mexe, porque quando você revive tudo e nisso você entende a força real que existe dentro de você”, completou.
