“Derretimento facial”: entenda o fenômeno que tem levado mais pessoas aos consultórios estéticos
Por Santa Portal em 09/06/2025 às 09:53

Com o passar dos anos, é comum olhar no espelho e perceber que o rosto já não tem a mesma firmeza ou contorno de antes. Bochechas mais baixas, sulcos mais marcados, mandíbula menos definida. Essa percepção visual e emocional tem sido traduzida por um termo que ganhou popularidade nas redes sociais e nas clínicas estéticas: o derretimento facial. A expressão, embora informal, descreve com clareza o processo natural de envelhecimento e tem ajudado muitos pacientes a identificar as mudanças na própria aparência.
De acordo com estudos da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), o número de procedimentos faciais não cirúrgicos cresceu mais de 20% nos últimos cinco anos. Isso mostra como a preocupação com a aparência do rosto vem aumentando, especialmente entre pessoas a partir dos 30 anos, idade em que os primeiros sinais do envelhecimento costumam surgir. Perda de volume na região malar, sulcos mais profundos, flacidez na mandíbula e queda sutil do canto da boca são alguns dos sinais que indicam essa mudança.
A cirurgiã-dentista e especialista em harmonização facial Dra. Érika Kugler explica que o termo derretimento facial ficou conhecido por representar exatamente o que muitos pacientes relatam ao se olhar no espelho. “É como se tudo que antes era bem posicionado começasse a descer — as maçãs do rosto, o contorno da mandíbula, o canto da boca. Muitos dizem que o rosto parece ter caído ou que não se reconhecem mais nas fotos.”

Segundo ela, o envelhecimento facial é um processo multifatorial que envolve estruturas profundas como os ossos, músculos, ligamentos, gordura e pele. Com o tempo, o osso sofre reabsorção, os ligamentos perdem tensão, a gordura se redistribui ou diminui e a pele começa a sobrar. “É como se a base encolhesse, os andares ficassem desorganizados e o revestimento sobrasse”, compara.
Hábitos como exposição solar sem proteção, tabagismo, má alimentação, sono irregular e estresse crônico também aceleram esse processo. Além disso, a perda hormonal e o emagrecimento rápido, como após cirurgias bariátricas, contribuem para a perda de volume e sustentação facial.
Os tratamentos para amenizar os efeitos do tempo evoluíram muito e hoje são baseados em protocolos combinados, que consideram as necessidades e características individuais de cada paciente. “Entre os principais recursos estão os bioestimuladores de colágeno, os bioregeneradores, os preenchedores com ácido hialurônico, os fios de PDO e o endolifting, que é um laser de fibra óptica. Cada técnica atua em uma camada diferente do rosto e, juntas, promovem resultados mais naturais e eficazes”, explica Dra. Érika.
A especialista também destaca o crescimento da procura por tratamentos preventivos. “Temos visto cada vez mais pessoas iniciando os cuidados entre os 25 e 30 anos. Isso é excelente porque a prevenção oferece resultados mais duradouros e naturais, além de reduzir a necessidade de intervenções mais agressivas no futuro.”
Para quem pensa em começar, a recomendação é buscar sempre profissionais capacitados e atualizados. “Estamos lidando com anatomia, expressão e autoestima. Um profissional qualificado vai saber avaliar o rosto em camadas, identificar a origem da queixa e indicar o tratamento mais seguro e eficaz. Mais do que mudar o rosto, a ideia é preservar e realçar a beleza individual de cada pessoa.”
O derretimento facial, embora seja uma expressão popular, revela uma realidade enfrentada por muitos. Com informação, prevenção e acompanhamento especializado, é possível envelhecer com mais harmonia, mantendo a naturalidade e a identidade ao longo do tempo.