Aumento de casos de dispepsia reflete maus hábitos da população
Por Anna Clara Morais em 17/06/2025 às 06:00

Dores intensas e persistentes no sistema digestivo na região do abdômen superior são características de um conjunto de sintomas denominado dispepsia, condição que vem crescendo mais a cada ano.
De acordo com o médico endoscopista Thiago Rocha, a doença tem prevalência em torno de 20% a 40% da população mundial e é mais recorrente em mulheres jovens adultas e em idosos, devido ao uso de anti-inflamatórios e medicamentos.
Sintomas como dor abdominal, queimação, azia, desconforto após a refeição e saciedade precoce são os mais comuns. Além disso, em variantes, náuseas e vômitos também fazem parte do grupo de manifestações da condição.
As causas da dispepsia são variadas, sendo as principais o refluxo, gastrites, infecções pela bactéria helicobacter pylori, má alimentação, estresse, fatores psicológicos e histórico familiar. Apesar de ser uma doença multifatorial, o especialista conta que, geralmente, os casos não possuem um crescimento expressivo, no entanto, nos últimos anos, houve um aumento nos números.
“O diagnóstico de dispepsia está mais relacionado a fatores ambientais, caracterizando-se pela má alimentação, estresse e ansiedade. Na pandemia, por exemplo, muitas pessoas que desenvolveram depressão e ansiedade também começaram a apresentar a doença”, explica.
Para diagnosticar o quadro, além dos exames tradicionais, a melhor maneira é através do diagnóstico excludente e, segundo o endoscopista, na maioria das vezes, quando o paciente apresenta mais de um dos sintomas, já pode ser classificado como dispepsia que, se não for tratada corretamente, pode gerar um problema maior, com mais intensidade ou até, uma doença mais grave
Na prevenção, Rocha alerta que os bons hábitos são a chave do processo. “Para prevenir o quadro, o ideal é seguir uma dieta equilibrada, práticas de atividade física e controle emocional, evitando fatores desencadeantes”.