Profissionais da Educação recusam nova proposta e mantêm greve em São Vicente
Por Santa Portal em 11/04/2025 às 10:30

Os professores e demais servidores da Educação de São Vicente rejeitaram, na noite da última quinta-feira (10), a nova proposta apresentada pela administração municipal em resposta às reivindicações por valorização salarial da categoria. De acordo com a prefeitura, a oferta consistia em um adicional de R$ 350,00 incorporado diretamente aos vencimentos de todos os trabalhadores da área, fazendo o auxílio-educação chegar a R$ 600,00.
A assembleia, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Magistério e na Educação Municipal de São Vicente (Sintramem), avaliou a contraproposta como inferior à anterior, que previa um reajuste de 3,5% no salário-base — o que resultaria em um acréscimo de apenas R$ 0,80 na hora-aula. Segundo o sindicato, o valor proposto pelo Executivo não representa um aumento real, mas sim um bônus temporário. Por esse motivo, o montante não se incorpora ao salário, não contribui para a aposentadoria e pode ser retirado a qualquer momento.
Em nota, a prefeitura anunciou que para que não haja perda pedagógica, a concessão à primeira semana do recesso foi revogada para todas as escolas que não atingiram 50% de presença dos alunos. Isso significa que as aulas serão repostas na primeira semana do recesso, com a possibilidade de que a outra semana também seja utilizada para repor aulas, caso seja necessário.
O presidente do Sintramem, Roberto Cicarelli Filho, criticou a proposta por, segundo ele, criar uma divisão entre servidores ativos e aposentados. Ele também acusou o prefeito Kayo Amado (Podemos) de se beneficiar da paralisação, devido à economia gerada pela suspensão das aulas presenciais e da merenda escolar.
“Nunca vi um prefeito, diante de uma greve de professores e com as crianças em casa, apresentar uma proposta pior do que a anterior. Ele deu zero para os aposentados ao transformar os R$ 350,00 em um penduricalho, batizado de auxílio-educação. Isso é inaceitável, prefeito. O senhor tem que trabalhar para dar um aumento e valorizar os professores”, afirmou o sindicalista.
Longe do acordo, a greve segue por tempo indeterminado. Durante esta sexta-feira (11), a Diretoria do Sindicato, Conselho de Representantes e Comissão de Greve percorrerão as unidades para dialogar com a categoria a fim de fortalecer os atos. Já na segunda-feira (14), às 8h, o protesto será em frente à Subprefeitura da Área Continental e às 14h em frente à Prefeitura. No dia seguinte, a manifestação acontecerá na Seduc em ambos os horários.
Vale ressaltar que uma nova audiência de conciliação foi agendada para a próxima terça-feira (15). A sessão será remota. Na primeira, prevista para quinta-feira (3), o sindicato não compareceu.