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Obra parada de escola preocupa moradores na Zona Noroeste

Por Beatriz Pires em 03/07/2025 às 06:00

Reproção
Reproção

Prometida para o início de 2025, a nova sede da UME Hilda Rabaça, localizada na Zona Noroeste de Santos, se transformou em motivo de indignação para os moradores da Vila Haddad. A construção, iniciada em agosto de 2023, está paralisada há meses e, segundo os moradores, o local se tornou ponto de insegurança, acúmulo de lixo e criadouro de doenças.

Com orçamento estimado em R$ 8,5 milhões, a obra está parada desde o final de 2024. A nova unidade escolar deveria atender a um grande número de crianças em período integral, com foco em berçário e maternal. Nos planos de governo, a escola se destacava por sua estrutura moderna, com ambientes climatizados, brinquedoteca, lactário e berçários com vestiário e solarium integrados, o que tornaria o espaço um modelo na região.

No entanto, o cenário atual é bem diferente. A construção abandonada apresenta ferragens expostas, madeiras com pregos, acúmulo de água parada e risco de queda para crianças.

“Antigamente, isso aqui era uma praça. As crianças brincavam, se divertiam. A Prefeitura veio, começou uma obra e parou no meio do caminho. Estão acontecendo assaltos durante a madrugada. No meu caso, há uns dois meses, quebraram o vidro do meu carro, levaram o som, levaram tudo. Isso aconteceu justamente por causa dessa obra parada”, relata Emerson Leite, morador da Vila Haddad.

Leite, que vive no bairro há 30 anos, reclama dos problemas frequentes na região. Além das enchentes e da falta de iluminação “que nunca foram resolvidos”, agora há a preocupação com a obra inacabada. Ele conta que o espaço virou esconderijo para assaltantes e usuários de drogas, e os casos de roubos e invasões a domicílio se tornaram cada vez mais comuns.

Além da violência, a saúde também é motivo de preocupação. “O local é refúgio de rato, criadouro de dengue, com água parada. Tentamos contato com a prefeitura, mas não tivemos retorno. Desde então, não houve mais limpeza e a área não foi cercada”, afirma Leite.

“Moradores já foram roubados dentro de casa. Até os portões levaram. Eles se escondem dentro da obra e ficam observando nossa entrada, nossa saída, o nosso dia a dia. E a obra fica completamente escura à noite. Esperamos, sinceramente, uma resposta da Prefeitura de Santos que possa nos ajudar”, finaliza o morador.

Posicionamento da Prefeitura

Em nota, Prefeitura de Santos informou que as obras da nova UME Hilda Rabaça, localizada na Praça Guilherme Délius, estão com 47,6% do cronograma executado. A conclusão está prevista para nove meses após a emissão de uma nova ordem de serviço.

A construtora responsável, vencedora da licitação, não cumpriu o contrato, foi notificada e multada em R$ 927 mil. A empresa recebeu quatro dos quase R$ 9 milhões previstos para o total da obra. O valor restante, correspondente a 52,4%, será utilizado para a continuidade dos trabalhos no segundo semestre.

A Prefeitura declarou que a paralisação não interfere nas atividades da escola, que atualmente funciona provisoriamente nas dependências da UME Oswaldo Justo, na Rua Ana Santos,125, no mesmo bairro.

Por fim, a Administração municipal também informou que, durante a interrupção da obra, a Guarda Civil Municipal realiza patrulhamento 24 horas por dia no entorno do local.

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