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23/05/2025

Promotor vê premeditação e vai acusar sargento da PM que matou mulher por dois crimes

Por Rodrigo Martins em 23/05/2025 às 05:00

O promotor público Fábio Perez acompanhou a reconstituição da morte de Amanda Fernandes Carvalho, de 42 anos, assassinada com 51 facadas pelo marido, o sargento da Polícia Militar Samir do Nascimento Rodrigues de Carvalho. Segundo o representante do Ministério Público, a reconstituição mostrou que o crime foi premeditado.

“O Ministério Público tem acompanhado as investigações desde o dia do crime. A Polícia Civil tem feito um trabalho de excelência, com brevidade. Essa reprodução simulada foi importante para sanar dúvidas. A dinâmica do crime ficou clara, mostrando a frieza e a premeditação do crime. O que nos leva a crer que não há limites pra crueldade humana”, disse Perez.

De acordo com o promotor, Samir será acusado por dois crimes. “As investigações estão praticamente concluídas. Assim que o inquérito for concluído, a promotoria vai apresentar a denúncia. Ele será acusado pelos crimes de feminicídio e tentativa de homicídio da filha. A partir daí o processo segue, com o acusado preso”, comentou.

Sobre a ação dos policiais militares na ocorrência, Fábio Perez falou que o inquérito ainda vai apontar as responsabilidades dos agentes na situação.

“Os policiais também foram pegos de surpresa, foi tudo bastante rápido, tanto os golpes com punhal, como os tiros. Tudo isso vai ser apurado com mais calma. Todas as partes envolvidas serão ouvidas, além das testemunhas, onde poderemos esclarecer o que de fato aconteceu”, finalizou.

Entenda o caso

O sargento Samir Carvalho matou a sua mulher, de 42 anos, e atirou contra a própria filha, de 10 anos, ao invadir um consultório clínico localizado no canal 1, em Santos, no dia 7 de maio.

Samir matou Amanda com 51 facadas em diversas partes do corpo. O policial também atirou três vezes contra a vítima.

O sargento da PM teve a sua prisão em flagrante convertida em preventiva, foi afastado de suas funções e teve o sigilo do celular quebrado. Ele foi levado para o Presídio Militar Romão Gomes, na Capital, e deve retornar a Santos para a reconstituição. Sua esposa, Amanda Fernandes, morreu no local, enquanto a filha ficou seis dias hospitalizada na Santa Casa de Santos.

Inquérito Policial

A Polícia Militar de São Paulo instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar com rigor a conduta dos policiais acionados para a ocorrência que culminou em feminicídio e tentativa de homicídio em uma clínica médica na Vila Belmiro, em Santos, na tarde de quarta-feira (7). Um sargento da própria corporação matou a esposa e feriu a filha de 10 anos.

De acordo com a SSP, os agentes foram chamados via Copom para atender a uma ocorrência inicialmente descrita como “desinteligência”. No local, encontraram a vítima, Amanda Fernandes, de 42 anos, e a filha trancadas em um consultório, enquanto o autor do crime, o sargento Samir Carvalho, de 46 anos, aguardava do lado de fora.

Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, após o policial mostrar que não estava armado, a porta foi aberta. Em seguida, Samir invadiu o consultório, sacou uma arma, disparou contra a esposa e a filha, e ainda desferiu aproximadamente dez facadas na mulher. A PM investiga se houve falhas na atuação dos agentes inicialmente acionados, especialmente no momento em que decidiram permitir que o sargento voltasse a ter contato com as vítimas.

Amanda, diretora de comércio exterior, não resistiu aos ferimentos e morreu no local. A vítima fatal deixou outros dois filhos.

Samir Carvalho, que estava de folga no momento do crime, foi contido e preso em flagrante por outros policiais. Ele foi levado para o Presídio Militar Romão Gomes, na Capital.

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