Polícia fecha perfumaria de fachada usada para venda ilegal de remédios em shopping de São Vicente
Por Santa Portal em 22/10/2025 às 10:00
Uma operação da Polícia Civil fechou, na segunda-feira (20), uma perfumaria que funcionava como fachada para o comércio ilegal de remédios controlados dentro de um shopping em São Vicente, no litoral de São Paulo. O local era usado por um grupo criminoso especializado na venda de substâncias para emagrecimento, entre elas a tirzepatida, princípio ativo do medicamento Mounjaro.
As investigações conduzidas pela 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da Deic começaram após denúncias e monitoramento de redes sociais. Nas publicações, a responsável pela perfumaria divulgava os produtos, mostrava o funcionamento do esquema e detalhava o papel de comparsas, que incluíam uma funcionária e motoboys encarregados das entregas.
Segundo o boletim de ocorrência, a líder do grupo viajou recentemente à fronteira entre Argentina e Paraguai para buscar medicamentos adquiridos de forma ilegal. Ela transportava os produtos em um veículo Fiat Fastback, sem comprovação de origem ou controle sanitário.
Na segunda-feira (20), os policiais confirmaram o funcionamento da estrutura criminosa. No dia seguinte, voltaram ao shopping e flagraram uma funcionária e uma enfermeira identificada atendendo clientes no interior da loja. Um motoboy foi abordado ao sair do local com uma ampola de Mounjaro e seringas para aplicação.
Durante a vistoria, os agentes encontraram dezenas de ampolas de medicamentos, seringas, caixas térmicas com gelo reutilizável e embalagens de produtos como Lipostabil (medicamento usado para tratamento e prevenção da embolia gordurosa) e Exotic Honey (estimulante sexual), além de cadernos com anotações sobre valores e vendas. No lixo, havia seringas usadas e frascos já consumidos.
A polícia também localizou documentos dos Correios, indicando que as vendas eram feitas para clientes de outros municípios e estados. Na casa da dona, foram apreendidas mais ampolas de Mounjaro, Retatrutide (medicamento experimental para obesidade) e materiais para armazenamento e transporte.
De acordo com a investigação, o grupo mantinha um grupo de mensagens com clientes, onde supostos profissionais de saúde davam instruções sobre o uso dos produtos. A perfumaria era usada como ponto de retirada e disfarce para as transações.
Os envolvidos foram levados à delegacia e autuados por associação criminosa, tráfico de medicamentos e descaminho.
