PM anuncia operação contra ataques a ônibus na Baixada Santista
Por Fábio Pescarini/Folhapress em 03/07/2025 às 20:00

A Polícia Militar anunciou que colocou em ação uma operação para tentar frear os ataques a ônibus na Baixada Santista, além da capital paulista e cidades da Grande São Paulo.
De acordo com a PM, desde quarta-feira (2), a Operação Impacto de Proteção a Transporte Coletivo conta com 3.641 viaturas e 7.890 agentes para tentar coibir o vandalismo que começou no último dia 12 de junho.
A operação, de nível estadual, terá como foco regiões mapeadas com incidências de ataques.
Na cidade de São Paulo, 60% de cerca de 180 casos ocorreram na zona sul, segundo a Polícia Civil. Avenidas Cupecê e Washington Luiz estão entre as principais vias com ataques.
Outros 35 ônibus do transporte coletivo de São Paulo foram depredados e tiveram os vidros quebrados na noite desta quarta, de acordo com a SPTrans, levando o número total para 235 desde o dia 12 de junho.
A Secretaria Municipal de Mobilidade e Transporte e a SPTrans repudiaram os atos de vandalismo, em sua maioria ataques com pedras, e afirmaram que seguem fornecendo todas as informações necessárias para auxiliar nas investigações.
A SPTrans reforçou a orientação para que as concessionárias comuniquem imediatamente todos os casos à central de operações e formalizem as ocorrências junto às autoridades policiais.
“Cabe ressaltar que a empresa é obrigada a encaminhar o veículo para manutenção, substituindo-o por outro da reserva técnica, que realizará a próxima viagem programada, garantindo a continuidade do serviço prestado aos passageiros. Caso isso não ocorra, a empresa é penalizada pela viagem não realizada”, disse.
Os ataques também chegaram à Baixada Santista. Em Santos, 11 ônibus foram vandalizados na madrugada de domingo (29).
A situação fez com que a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) colocasse o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) na linha de frente das apurações.
A jornalistas na manhã de segunda-feira (30), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que as investigações policiais serão concentradas em duas delegacias, uma da capital e outra do ABC, mas não explicou quais são.
Nunes afirmou ainda que não se sabe o que tem motivado os atos de vandalismo. “Nesse momento eu ainda não tenho a conclusão desse trabalho da Polícia Civil [investigações], mas com certeza nos próximos dias ou nas próximas semanas a gente deve ter por parte da Polícia Civil a solução de autoria”, disse.
Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou que a 6ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio, do Deic, conduz as apurações, com foco na identificação e responsabilização dos autores.
A DCCIBER (Divisão de Crimes Cibernéticos) também está envolvida nas investigações, para monitorar a atuação dos autores em plataformas digitais.
“Paralelamente, o CICC [Centro Integrado de Comando e Controle] vai se reunir com representantes das empresas de transporte para discutir estratégias para o enfrentamento das ações criminosas”, disse a pasta da segurança.
Alguns motoristas afirmam que as ações são resultados de desafios feitos em grupos de redes sociais, mas não há confirmação oficial de que essa seja a motivação.
No sábado (28), um homem de 27 anos foi preso pela Polícia Militar sob suspeita de atacar três ônibus em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
Segundo um dos motoristas, ele teria danificado com pedras e barra de ferro um ônibus na avenida Kennedy e outros dois na Senador Vergueiro. Os respectivos pontos de ônibus também foram alvo de depredação.