Casos de exploração sexual infantil apresentam queda de 40% na Baixada Santista

Por Anna Clara Morais em 05/09/2025 às 06:00

Reprodução/ Instagram
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O tema da adultização de menores de idade, especialmente através das redes sociais, tornou-se muito comentado nas últimas semanas, no entanto, na região, os números chegam a dar esperança, já que os casos de exploração sexual de crianças e adolescentes de até 19 anos caíram de 101 para 61 registros de 2023 para 2024 em toda a Baixada Santista. A quantidade representa uma redução de 40% na soma dos nove municípios da região, de acordo com dados do Observatório da Criança e do Adolescente, da Fundação Abrinq.

Em Santos, a redução foi brusca, menos 55% de um ano para o outro. Em 2023, foram 38 registros, enquanto em 2024 foram 17. Um cenário parecido aconteceu em Guarujá, onde os números caíram de dez para quatro nesse mesmo período, representando uma queda de 60%. 

Já em Itanhaém, no intervalo de 2023 para 2024, a maior diminuição registrada dentre as nove cidades da região: passaram de 12 para quatro (- 67%). Ainda em termos percentuais, Peruíbe teve uma diminuição de 59%, passando de 22 para nove registros de um ano para o outro. 

Em contrapartida, São Vicente e Praia Grande mantiveram o número de casos de exploração sexual de crianças e adolescentes sem alterações, em um e cinco registros, respectivamente.

Por outro lado, em Mongaguá, os números pioraram: aumento de mais de 200% nas ocorrências, passando de dois para seis, de 2023 para 2024. E, em Cubatão, a mesma situação, agravamento de 100%, de um para dois casos. Já em Bertioga, de dez para 13, aumento acima de 30%.

Exploração nas redes sociais

Íris Paz Garcia, de cinco anos, é uma influencer mirim da região que, hoje, acumula mais de 77 mil seguidores nas redes sociais. A avó, Sandra Paz, uma das responsáveis pela administração das mídias da pequena conta o que sempre fez para evitar qualquer reflexo negativo aos conteúdos publicados. 

“Eu que filmava, então tentava filmar coisas que não parecesse muito fora da idade dela. Nunca sofremos assédio e nunca precisei excluir nenhum comentário maldoso, mas sempre  bloqueava homens que começavam seguir e não tinham nada postado ou até pela cara mesmo”. 

Além disso, pela pouca idade de Íris, apesar da quantidade de seguidores, a menina quase não possui acesso a telas no dia a dia. 

“Ela não tem muito acesso a telas, já teve muito, mas estava muito irritada, agressiva. Tiramos e melhorou muito, faz uns dois anos já. É muito difícil usar o celular, as vezes mexe no tablet para assistir YouTube”.

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