Alta exposição ao sol causa 9 em cada 10 melanomas, aponta estudo
Por Santa Portal em 10/12/2025 às 15:14
Figurinha carimbada nas campanhas de verão, o protetor solar se prova mais uma vez, como um dos produtos mais importantes para a prevenção de tumores no maior órgão do corpo humano. Segundo um estudo do Cancer Research UK (CRUK) , divulgado em maio deste ano, 9 em cada 10 casos de melanoma ocorrem por conta da alta exposição a raios ultravioletas.
Neste ‘Dezembro Laranja’, campanha promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) para a conscientização sobre o câncer de pele, a oncologista Ticila Melo, da Imuno Santos, alerta sobre os principais cuidados contra a doença, além de seus sintomas e tratamentos.
A especialista explica que a proteção do tumor mais incidente no Brasil, responsável por 31,3% de todos os novos diagnósticos de câncer de pele, vai muito além do uso de protetor solar. “É fundamental evitar a exposição solar intensa, principalmente entre as 10h e 16h, quando os raios UV estão mais fortes. Além disso, o uso de roupas adequadas, chapéus, óculos escuros e a realização de autoexame da pele são medidas simples, mas extremamente eficazes”, orienta a médica.
Embora menos frequente, o melanoma é considerado o tipo mais perigoso entre os cânceres de pele, devido à sua alta capacidade de se espalhar para tecidos e órgãos próximos do local afetado. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), esse tipo de tumor representa cerca de 3% dos casos de câncer de pele no Brasil.
Existem três tipos principais de câncer de pele: os não melanomas, que são o carcinoma basocelular e o espinocelular; e o melanoma. O carcinoma basocelular é o mais comum, tem crescimento lento e, geralmente, não causa metástase, sendo mais frequente em regiões do corpo expostas ao sol, como rosto e pescoço. Já o carcinoma espinocelular é o segundo tipo mais frequente e pode se desenvolver tanto em áreas expostas quanto em mucosas, como lábios e genitais. Ele apresenta um crescimento mais rápido e maior chance de se espalhar, embora ainda seja raro.
De acordo com estimativas do INCA, a incidência do câncer de pele segue elevada: são aproximadamente 220 mil casos anuais entre homens e mulheres, com maior prevalência nas áreas do corpo que ficam mais expostas ao sol, como rosto, braços e pernas.
A prevenção continua sendo a melhor forma de combate. Além do uso diário de protetor solar com FPS 30 ou superior, é importante usar roupas de proteção, como camisas de manga longa, chapéus, bonés e óculos escuros, bem como evitar exposição solar nos horários de pico. O autoexame da pele e o acompanhamento regular com dermatologistas também são fundamentais para o diagnóstico precoce.
Como identificar a doença
O diagnóstico é feito por meio de avaliação clínica e, em casos suspeitos, a lesão é retirada e encaminhada para análise histopatológica. O tratamento geralmente inclui a retirada cirúrgica da lesão, respeitando as margens de segurança. Em casos mais avançados ou agressivos, podem ser indicadas imunoterapia, quimioterapia ou radioterapia, a depender do tipo e estágio do tumor.
Mais de 90% de chance de cura
A SBD salienta que o câncer de pele tem pouco mais de 90% de chance de cura, especialmente quando identificado precocemente. Após a retirada da lesão, o acompanhamento médico deve ser contínuo, pois o câncer pode retornar no mesmo local (recidiva) ou surgir em novas áreas da pele.
Segundo a Dra. Ticila, é importante desmistificar algumas crenças comuns. “O câncer de pele não é transmissível e não é necessariamente hereditário, embora pessoas com pele clara, olhos claros ou cabelos ruivos apresentem maior predisposição genética devido à sensibilidade à radiação solar. O conhecimento e a prevenção são as melhores armas para reduzir os índices da doença e garantir qualidade de vida à população”, finaliza a especialista.