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Prefeito de São Vicente tem voo para Israel cancelado horas antes de bombardeios

Por Igor Gielow/Folhapress e Santa Portal em 13/06/2025 às 15:00

Sarah Vieira e Reprodução/Instagram
Sarah Vieira e Reprodução/Instagram

O prefeito de São Vicente, Kayo Amado (Podemos), teve o voo que faria conexão para Israel cancelado, na madrugada desta sexta-feira (13), poucas horas antes do início de uma nova e intensa onda de ataques entre Israel e Irã. O chefe do Executivo municipal participaria, entre os dias 12 e 20 de junho, de uma missão oficial do Governo de São Paulo ao país do Oriente Médio, chefiada pelo vice-governador Felício Ramuth (PSD), que também foi suspensa.

“Viajei nessa madrugada e, assim que desembarquei para realizar a conexão rumo a Israel, recebi as primeiras informações dos bombardeios e fechamento dos aeroportos”, escreveu o prefeito nas redes sociais, já em Barcelona, na Espanha, após o voo ser cancelado. “Um livramento de Deus, dada toda essa situação”, completou.

Amado agradeceu a preocupação de amigos e familiares e destacou a importância da missão, que previa visitas a instituições governamentais, fábricas e empresas israelenses. “Um relevante convite que muito nos honrou. Sinal de prestígio à nossa cidade, oportunidade que não poderia perder”, escreveu.

Horas depois, os bombardeios iniciados por Israel contra o Irã escalaram o conflito regional a um novo patamar. A ofensiva foi uma retaliação ao suposto descumprimento iraniano das inspeções nucleares exigidas pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica). Em resposta, o Irã lançou drones contra o território israelense – parte deles foi abatida pela defesa aérea da Jordânia.

Os ataques israelenses desta sexta-feira miraram diversas cidades iranianas, como Tabriz, Shiraz e Khorramabad, com foco em instalações militares e centros de lançamento de mísseis. Segundo relatos da imprensa local, também foram atingidos alvos estratégicos na capital, Teerã, incluindo o reator nuclear de Natanz. A mídia estatal iraniana reporta ao menos 78 civis mortos e 329 feridos.

Entre os mortos estão figuras de alto escalão do regime, como o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Mohammed Bagheri, e o comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami. Cientistas ligados ao programa nuclear também estariam entre as vítimas.

O porta-voz militar israelense, Effie Defrin, afirmou que as operações causaram “danos consideráveis” às instalações nucleares. Já Rafael Grossi, diretor da AIEA, disse estar em contato com Teerã para apurar os impactos e alertou: “Instalações nucleares nunca devem ser atacadas.”

O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, classificou a ação como “uma imposição de destino amargo” por parte de Israel. Ele nomeou imediatamente novos comandantes militares e prometeu retaliação sem limites. O chanceler iraniano, Abbas Araghchi, declarou à ONU que o país considera o ataque uma “declaração de guerra”.

A escalada é mais um capítulo da crise iniciada em 7 de outubro de 2023, após o ataque do grupo Hamas a Israel. Desde então, Tel Aviv intensificou sua pressão sobre os aliados regionais do Irã, como o Hezbollah e os houthis do Iêmen – que até o momento não responderam aos novos bombardeios.

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump foi às redes sociais afirmar que os “linha-dura no Irã estão TODOS MORTOS agora” e advertiu que novas ações militares estão em curso. Washington, principal aliado de Israel, reforçou sua presença militar no Oriente Médio nas últimas semanas, com aviões de ataque, bombardeiros e porta-aviões posicionados estrategicamente.

A missão oficial paulista, que contaria com representantes de diferentes cidades e áreas técnicas, foi oficialmente cancelada após os ataques. Kayo Amado afirmou que seguirá acompanhando a situação à distância e enviou “força e paz a todos que vivem na região”.

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