Mercado imobiliário da Baixada Santista tem alta nas locações e leve recuo nas vendas

O mercado imobiliário da Baixada Santista registrou em maio um forte crescimento no número de locações, com alta de 45,85% na comparação com abril, segundo levantamento do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP). Esse desempenho reflete a alta procura por imóveis na região, impulsionada pelo turismo, expansão logística e investimentos em infraestrutura.

Por outro lado, as vendas de imóveis residenciais usados tiveram uma leve retração de 9,97% no mês, acumulando uma queda de 55,33% no ano de 2025, reflexo de ajustes no mercado e das condições de financiamento.

Perfil das vendas: apartamentos lideram e foco em imóveis de médio padrão

Os apartamentos representaram 65% das vendas, enquanto as casas ficaram com 35%. A maioria dos imóveis vendidos era de 2 dormitórios, com área útil entre 50 e 100 m², e valores médios na faixa de R$ 200 mil a R$ 300 mil, indicando forte demanda por unidades de médio padrão.

Quanto à localização, o mercado foi bastante equilibrado, com 39,7% das vendas concentradas nas regiões nobres, 38% nas áreas periféricas e 22,3% na região central, mostrando que tanto quem busca qualidade quanto quem prioriza preço segue ativo no mercado.

No quesito pagamento, 37,5% dos imóveis foram adquiridos à vista, enquanto o financiamento respondeu por 13,8% via Caixa Econômica Federal e 26,3% por outros bancos. Além disso, 20% dos negócios foram fechados diretamente com os proprietários, uma modalidade que se mantém relevante na região.

Demanda por locação dispara e se concentra nas periferias

O mercado de locação foi o grande destaque de maio, especialmente no segmento de casas, que representaram 51% das locações, e apartamentos, com 49%. A maior parte dos imóveis alugados tem 2 dormitórios e área útil de 50 a 100 m², tanto para casas quanto para apartamentos.

A faixa de aluguel mais procurada ficou entre R$ 1.500 e R$ 2.000, refletindo o perfil de famílias que buscam equilíbrio entre conforto e custo. A garantia por depósito caução foi a preferida de 64,5% dos inquilinos, bem à frente do seguro fiança (21,1%) e do fiador tradicional (2,6%).

A procura ficou majoritariamente concentrada nas regiões periféricas, que responderam por 58,8% das locações, seguidas pela região central (21,2%) e áreas nobres (20%). Além disso, 50,6% dos inquilinos que encerraram contratos migraram para imóveis com aluguel mais barato, enquanto 14,5% buscaram opções mais caras, demonstrando movimentações em diferentes faixas de renda.

Investimentos impulsionam o setor e atraem novos moradores

O desempenho do mercado na Baixada Santista está diretamente ligado aos investimentos que a região tem recebido. A imprensa local destaca obras de revitalização urbana, ampliação da infraestrutura portuária, desenvolvimento de polos logísticos e expansão do setor turístico, que seguem impulsionando tanto a economia quanto a demanda por imóveis.

Projetos como a modernização do Porto de Santos, os avanços na linha verde de mobilidade urbana, além de melhorias no sistema viário, nas praias e nos espaços públicos, têm contribuído para valorizar bairros e atrair tanto investidores quanto novos moradores, especialmente em cidades como Santos, Praia Grande e Guarujá.

Perspectiva de crescimento, especialmente nas locações

O presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto, afirma que “a Baixada Santista segue como uma das regiões mais dinâmicas do estado de São Paulo, com um mercado imobiliário muito aquecido no setor de locação e com boas oportunidades para compra, especialmente em imóveis bem localizados e de médio padrão. O cenário atual reflete o impacto positivo dos investimentos públicos e privados na região, que continuará sendo um dos principais polos de crescimento do estado”.