Santos investe em drones no combate ao mosquito Aedes aegypti

Por Santa Portal em 26/03/2024 às 16:00

Raimundo Rosa/Divulgação Prefeitura de Santos
Raimundo Rosa/Divulgação Prefeitura de Santos

Santos aprimorou o monitoramento dos locais onde os agentes de combate a endemias não têm acesso fácil para as ações de controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika vírus e chikungunya. Agora, o Município está utilizando drones de alta performance, com a transmissão ao vivo das imagens para o Centro de Controle Operacional (CCO) da Prefeitura de Santos.

De acordo com a Administração Municipal, o objetivo é visualizar com precisão os locais de acesso mais difícil ou que os agentes foram recusados a adentrar (calhas altas, terrenos, imóveis desocupados, entre outros). As imagens oferecem visualização próxima e precisa. Na última semana, foi realizado um teste em um terreno no bairro Campo Grande e foi verificada grande quantidade de mosquitos, poças de água e materiais inservíveis que foram lançados no local.

O proprietário já foi orientado a realizar as adequações necessárias para evitar situações propícias para a proliferação do Aedes aegypti.

“Teremos agentes de combate a endemias no CCO acompanhando em tempo real e orientando o piloto do drone em relação às imagens que devem ser captadas mais detalhadamente para melhor análise e tomar as medidas necessárias mais rapidamente. O drone também grava as imagens, que são importantes para subsidiar a nossa equipe a sensibilizar o proprietário do local em relação às ações para evitar criadouros”, explicou Ana Paula Valeiras, chefe do Departamento de Vigilância em Saúde.

Ela explica que a abordagem aos proprietários dos imóveis continua tendo caráter orientativo e de conscientização, voltado à eliminação do problema. “Eles são orientados a fazer as adequações e recebem prazo para realizarem as melhorias. A multa é aplicada quando, ao final do prazo, a intimação não for cumprida”.

Os drones utilizados foram adquiridos pela Secretaria de Governo no último mês de novembro e colocados à disposição da Saúde para incrementar as ações de monitoramento. Além de imagens captadas em 4k e geradas ao vivo para o CCO, os equipamentos têm capacidade de armazenamento de 64 GB e 45 minutos de tempo de bateria.


Foto: Raimundo Rosa/Divulgação Prefeitura de Santos

“A tecnologia sempre foi parceira da Secretaria de Saúde no combate ao Aedes aegypti. Desde 2012, Santos monitora semanalmente as 481 armadilhas espalhadas em seu território e que medem a infestação do mosquito Aedes aegypti nos bairros e desde 2019 tem um drone próprio, mas que não faz transmissão ao vivo. Nosso intuito é sempre nós mesmos”, ressalta o secretário de Saúde de Santos em exercício, Denis Valejo.

Como exemplo da constante superação, a Secretaria de Saúde concluiu um estudo técnico para a aquisição de um novo drone, muito usado em regiões agrícolas, que possui dois reservatórios: um deles será usado para despejo de larvicida (para controle de locais onde foram encontradas larvas de mosquito) e outro para o lançamento aéreo de inseticida (voltado à eliminação de mosquitos na fase adulta). O processo licitatório para a aquisição do equipamento será lançado em breve.

Ao contrário de vários municípios do Estado de São Paulo, Santos não decretou estado de emergência para a dengue. Com 712 casos de dengue e 26 casos de chikungunya, não atingiu o mínimo que seria necessário: 300 casos a cada 100 mil habitantes ou 1.260 confirmações da doença em 2024.

Esse resultado é fruto de ações ininterruptas (veja detalhes abaixo) que o município realiza nos eixos de combate ao vetor, vigilância, assistência, educação e comunicação. Desde a década passada, as arboviroses (doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti) deixaram de ser típicas do verão e circulam o ano inteiro. Nada mais acertado do que combater, sem descanso, o mosquito.

“Santos aperfeiçoou o combate às doenças e nossos índices baixos, em comparação a outras cidades neste momento, são reflexo das ações que tomamos ao longo de todo o ano. Os drones são mais uma importante ferramenta para combater as larvas e o mosquito, já que a tecnologia é uma aliada para a verificação de pontos sujeitos à proliferação e para assegurar o bem-estar das pessoas”, explica o prefeito Rogério Santos.

Que tal saber como está a infestação de mosquitos Aedes aegypti no seu bairro? Desde 2012, a Prefeitura de Santos realiza esse controle por meio das armadilhas que capturam fêmeas de mosquito. A situação em cada bairro está disponível no Santos Portal.

As armadilhas atraem as fêmeas do Aedes aegypti, prendendo-as a um cartão adesivo, fixado no interior de um vasilhame de plástico preto. O objeto é um recipiente semelhante a um vaso de planta, preenchido com água (que fica parada), e contém um saquinho com um líquido com aroma de mato (atraente sintético) para atrair o mosquito.


Foto: Raimundo Rosa/Divulgação Prefeitura de Santos

Os dispositivos são instalados em residências e locais previamente selecionados, conforme critérios técnicos. Semanalmente o monitoramento é realizado para observar se há fêmeas do mosquito na região próxima onde a armadilha está localizada. Os resultados das contagens são mapeados, propiciando a aplicação de medidas eficazes das ações de controle ao Aedes aegypti. Com o número de fêmeas coletadas semanalmente nas armadilhas faz-se a atualização do mapa do Aedes aegypti.

O mapa indica o índice de infestação nos bairros monitorados, representando, de acordo com a cor da armadilha, o risco de transmissão viral na localidade. Verde significa que não houve coleta de fêmea na semana; amarela, uma fêmea coletada; laranja, duas fêmeas coletadas; vermelha, três ou mais.

“Nós cruzamos os dados das armadilhas com o número de casos de dengue e chikungunya e é muito comum verificarmos que as regiões onde há mais mosquitos adultos são onde verificamos o maior número de casos. O mapa das armadilhas é um importante norteador das ações de eliminação intensiva de criadouros e de nebulização (aplicação de inseticida). Depois que a nossa equipe age na localidade, o número de fêmeas capturadas volta a diminuir”, disse Ana Paula.

A especialista, no entanto, adverte que todo o esforço do poder público não é suficiente se a população não aderir às ações de controle de criadouro. “Estima-se que 75% dos criadouros estão dentro das residências e a melhor forma de evitar a dengue e a chikungunya é fazendo com que o mosquito não chegue na fase adulta. Eliminar toda a possibilidade dele se reproduzir é o melhor caminho e não conseguimos estar em todos os lugares ao mesmo tempo. A lição dentro de casa deve ser feita pelo morador, ao menos uma vez por semana”.

  • Verifique se há água parada em vasos e pratos de plantas
  • Pias – verificar vazamentos e manter ralo vedado
  • Ralos no chão – tampá-los com tela, caso não sejam do tipo abre e fecha. Aplicar água sanitária duas vezes por semana
  • Bandeja externa de geladeira – verificar se há acúmulo de água, limpar e manter seca
  • Vaso sanitário e caixas de descarga – manter tampados
  • Calhas e lajes – caso não seja possível verificar se acumulam água, procurar identificar sinais de umidade. Em caso afirmativo, providenciar a resolução do problema
  • Caixas d’água – verificar a condição das tampas. Solicitar a reposição daquelas ausentes ou quebradas
  • Fontes ornamentais, bebedouros de animais domésticos, piscinas – verificar a presença de organismos vivos dentro da água. Fazer limpeza regularmente.
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