'Cris Brown', 7° suspeito de participação na morte de Ruy Fontes, é preso em São Paulo
Por Santa Portal em 17/10/2025 às 15:45
A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta sexta-feira (17) o sétimo suspeito de participar da morte de Ruy Ferraz Fontes, 64, ex-delegado geral de São Paulo. O homem identificado como Cristiano Alves da Silva, 36, e conhecido como Cris Brown, estaria envolvido no planejamento e na execução do crime.
Ele foi localizado e preso no Jardim das Gaivotas, na zona sul de São Paulo. Havia um mandado de prisão temporária de 30 dias em aberto contra ele.
Silva, segundo o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que investiga o caso, seria o proprietário de uma casa em Mongaguá, no litoral de São Paulo, que teria sido utilizada como ponto de apoio para o crime.
No local foram encontradas impressões digitais de Umberto Alberto Gomes, 39, apontado como um dos atiradores, e que foi morto em confronto com a polícia em São José dos Pinhais (PR). Cris Brown tem antecedentes criminais por organização criminosa, receptação, roubo e crimes contra o meio ambiente.
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado geral da Polícia Civil de São Paulo e considerado um dos maiores especialistas no PCC, foi assassinado na noite do último dia 15 de setembro em Praia Grande, na Baixada Santista. Este passado de atuação contra o crime organizado é uma das linhas de invetigação.
Até o momento, sete suspeitos já foram presos, incluindo o homem apontado pelas investigações como um dos possíveis autores dos disparos que atingiram o delegado. Além destes, dois estão foragidos e outro morreu em confronto com policiais. O Santa Portal não localizou a defesa de Cris Brown. O espaço segue aberto para manifestações.
- Dahesly Oliveira Pires (presa), 25 anos: apontada como a responsável por transportar um dos fuzis usados no crime da Baixada Santista para Diadema;
- Luiz Henrique Santos Batista (preso), vulgo Fofão, 38 anos: apontado como um dos envolvidos na logística do crime;
- William Silva Marques (preso), 36 anos: proprietário de uma das casas, localizada em Praia Grande, usada pelos envolvidos;
- Rafael Marcell Dias Simões (preso), vulgo Jaguar, 42 anos: apontado como um dos responsáveis por realizar os disparos. Ele se entregou à polícia em uma delegacia de São Vicente;
- Felipe Avelino da Silva (preso), vulgo Mascherano, 33 anos: seu DNA foi encontrado em um dos veículos utilizados no crime;
- Danilo Pereira Pena (preso), vulgo Matemático, de 36 anos: teria organizado parte da operação criminosa, determinando que outros dois comparsas transportassem um dos executores;
- Cristiano Alves da Silva (preso), vulgo Cris Brown, de 36 anos: seria o proprietário de uma casa em Mongaguá, que teria sido utilizada como ponto de apoio para o crime;
- Flávio Henrique Ferreira de Souza (foragido), 24 anos: DNA encontrado em um dos carros usados no crime;
- Luiz Antonio Rodrigues de Miranda (foragido), 43 anos: apontado como responsável por ter dado a ordem à Dahesly para que ela fosse buscar o fuzil;
- Umberto Alberto Gomes (morto), 39 anos: morto em confronto durante operação em Curitiba (PR).
Polícia investiga se licitação foi a motivação do crime
A Polícia Civil de São Paulo investiga se uma licitação da Prefeitura de Praia Grande em setembro, com valor de contratação estimado em R$ 24,8 milhões, tem conexão com o assassinato do ex-delegado. Segundo uma fonte ligada à investigação, essa é uma das hipóteses em análise no inquérito do caso.
A hipótese de que o assassinato tenha sido motivado pela atuação dele na gestão municipal é investigada desde o primeiro dia após o crime. Realizada de forma virtual, a sessão pública do pregão da licitação foi aberta no dia 1º de setembro e encerrada no dia 15, mesma data do crime. O objetivo era a compra de equipamentos para ampliação do sistema de videomonitoramento e Wi-Fi da prefeitura.
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A ata do pregão eletrônico foi gerada às 14h51 do dia 15 de setembro, cerca de três horas e meia antes da emboscada contra o ex-delegado-geral. Foram habilitadas três empresas para os sete lotes da licitação, e ao menos dez empresas tiveram alguma proposta desclassificada.
Funcionários são investigados
O subsecretário de Gestão e Tecnologia de Praia Grande, Sandro Rogério Pardini, 60, foi alvo de mandado de busca e apreensão por suspeita de envolvimento na morte do ex-delegado-geral. Outros quatro funcionários também foram alvo de mandados de busca e apreensão.
Entre os objetos apreendidos na casa do subsecretário estavam computadores, pendrives, documentos, além de três pistolas e quantias em dinheiro em três moedas diferentes: R$ 50 mil, US$ 10,3 mil e € 1,13 mil. De acordo com o registro da ocorrência, em um monte de R$ 8 mil estava uma anotação com uma divisão do valor com o nome de duas pessoas.
Pardini pediu exoneração do cargo após a operação de busca e apreensão. Procurada, sua defesa afirmou que ele “nega veementemente toda e qualquer participação, seja ela direta ou indireta, nos fatos que estão sendo apurados”.
Questionada sobre a licitação, a Prefeitura de Praia Grande afirmou, em nota, que “tem ciência das duas frentes de investigações que estão em andamento pelos órgãos de Segurança”, que mantém contato constante com os órgãos de investigação da execução do ex-delegado-geral e “está colaborando integralmente com as investigações, fornecendo imagens, informações e demais materiais solicitados.