Especialistas alertam sobre critérios para escolher um bom dentista
Por Santa Portal em 29/10/2025 às 18:00
Em tempos de influenciadores e perfis com milhares de seguidores, até a escolha de um dentista passou a ser influenciada pelas redes sociais. Fotos de sorrisos perfeitos, consultórios luxuosos e estilos de vida glamourosos muitas vezes se sobrepõem ao que realmente importa: diagnóstico preciso, tecnologia adequada e tempo qualificado de atendimento. Para o Dr. José Márcio B.L. do Amaral, cirurgião-dentista e CEO da Implante Vida, essa inversão de critérios pode gerar consequências sérias para a saúde bucal e financeira dos pacientes.
“Hoje vemos pessoas escolhendo profissionais de saúde pela estética do feed, e não pela formação ou experiência. É preciso questionar se o profissional tem título reconhecido, se está registrado no Conselho Regional e se possui especialização compatível com o tratamento proposto”, afirmou o cirurgião dentista.
Segundo ele, casos de complicações odontológicas, como implantes mal sucedidos ou tratamentos estéticos de curta duração, estão cada vez mais relacionados à má escolha do profissional. “Assim como no programa americano Botched, muitos pacientes acabam procurando ajuda depois de resultados desastrosos, porque priorizaram o status digital ao invés da qualificação técnica. É o mesmo tipo de erro que vemos quando alguém escolhe um profissional porque está no outdoor ou porque não cobra consulta”, completou.
A Dra. Maithê Amaral, também cirurgiã-dentista e diretora da Implante Vida, reforça que a credibilidade de um profissional deve ser construída pela entrega clínica e não por curtidas. “Um bom dentista investe tempo em diagnóstico, utiliza tecnologias de imagem como tomografias e scanners e planeja cada etapa do tratamento com precisão. Esse cuidado é invisível nas redes, mas é o que garante um resultado seguro e duradouro”, explicou.
Os cirurgiões-dentistas da Implante Vida lembram ainda que a consulta odontológica envolve mais do que o momento da cadeira: inclui estudo de caso, planejamento digital e acompanhamento personalizado, etapas que justificam o valor cobrado. “É como uma consulta médica: o que se paga é o conhecimento, a experiência e a responsabilidade sobre o tratamento. O barato ou o popular pode sair caro quando o assunto é saúde”, destacou Dr. José Márcio.
Decisões judiciais recentes reforçam esse alerta. Em Uberlândia (MG), uma clínica foi condenada a devolver R$ 10.550, além de pagar R$ 15 mil em indenizações por falha em implante odontológico. No Distrito Federal, outro caso resultou em condenação de R$ 22,8 mil referentes a gastos com tratamento mal executado e não concluído. Já em Mato Grosso, uma paciente recebeu R$ 14,5 mil após complicações em implantes. Esses exemplos mostram que correções de procedimentos odontológicos mal realizados podem gerar prejuízos significativos — tanto físicos quanto financeiros — e evidenciam que “o barato”, nesse caso, pode sair muito mais caro.
Para quem busca segurança, a recomendação é verificar o registro no Conselho Regional, confirmar títulos reconhecidos, desconfiar de promessas milagrosas e priorizar profissionais que expliquem o diagnóstico e o plano de tratamento de forma transparente. “Redes sociais podem ser uma vitrine, mas nunca o critério principal. Escolher bem é um ato de autocuidado”, concluiu Dra. Maithê Amaral.
