Arão se emociona, projeta estreia e elogia elenco santista: "Podemos competir com qualquer um"
Por Rodrigo Martins em 04/07/2025 às 16:00

O volante Willian Arão foi apresentado na tarde desta sexta-feira (4), no Centro de Imprensa da Vila Belmiro, como novo reforço do Santos para a sequência do Brasileirão.
Em suas primeiras palavras como jogador do Peixe, Arão destacou a sua satisfação em defender o clube praiano, que aprendeu a admirar também por influência do seu pai.
“Fico emocionado, embarga a voz. Vestir a camisa do Clodoaldo, do Pelé. Desde pequeno meu pai conta histórias e mostra vídeos”, disse Willian Arão, que foi apresentado por Clodoaldo.
O volante de 33 anos também projetou a sua estreia. Ele falou que está à disposição para ajudar, mas ainda não está no melhor de sua forma física.
“Não fujo da raia, mas não posso mentir. Não estou no melhor momento. Último jogo foi 11 de maio, praticamente dois meses sem treinar, só em casa. Tive longa pausa, eram três anos sem férias. Essas foram as primeiras férias de verdade, descansei. Tinha que descansar, tive que parar por causa de uma dor ou outra. Tenho que ter ritmo de campo, de jogo. Mas se o Cleber disser que precisa, vou estar pronto e não vou me esconder, não”, afirmou.
O novo meio-campista alvinegro também foi questionado sobre a sua escolha pelo Santos. Ele elogiou Neymar, mas negou que a presença do craque tenha sido a sua maior motivação para jogar pelo Peixe.
“Pesa um pouco na decisão, mas não tem influência grande. Ele é grande jogador, craque, e venho para jogar no Santos com Neymar. Espero que joguemos juntos por muito tempo, com muitos títulos. Mas escolhi porque é o Santos, time grandíssimo, história riquíssima. Com projeto ambicioso de reestruturação. Recebi diversas ofertas do Brasil e de fora e achamos que aqui era a melhor opção”, comentou.
Indagado sobre a fase da equipe no Campeonato Brasileiro – 15º colocada, próxima da zona do rebaixamento -, Willian Arão destacou que foram poucos dias de convívio com os novos companheiros, mas enalteceu a qualidade do grupo santista.
“Se todo mundo jogar no seu melhor, temos bons jogadores. Contra o Botafogo aqui na Vila, campeão da Libertadores e Brasileiro, fez um grandíssimo jogo e perdeu por 1 a 0. Temos capacidade de enfrentar esses times, mas vencer no fim de tudo. Os três pontos dão mais confiança. Com todos no seu mais alto nível, temos capacidade. Mas temos que ser melhores como equipe, a falha individual pode ser superada pela equipe. Acredito muito na equipe. Com uma equipe forte, podemos competir com qualquer um”, declarou.
Já sobre as suas características, ele pontuou que prefere atuar como primeiro volante e citou o aprendizado que teve principalmente no futebol europeu.
“Somos seres humanos em constante evolução, sou um jogador melhor que saiu. Mas não posso falar, tenho que provar. Meus números provam que sou um jogador sem lesão, espero que continue assim. Joga sempre, campeão de zagueiro e volante, com regularidade boa no desempenho. É o Arão que chega e foi assim em todos os lugares. Taticamente, igual. A passagem na Europa acrescentou ao meu conhecimento de jogo. Agora é se enquadrar no que o treinador pede, os movimentos, isso muda de treinador para treinador, adaptar e conhecer os companheiros e ajudar com a minha experiência e características”, concluiu.
Confira outros trechos da apresentação de Willian Arão:
Garotos da base
“Com exemplo. A maior forma de influenciar é com exemplo, não falando. Mostrar o trabalho no dia a dia e eles vão ver que eu faço e vão ser influenciados positivamente. Depois conversando, entendendo o que precisam e se posso ajudar se eles derem abertura. Já conversei com alguns garotos, passei um pouco da minha experiência, algumas opiniões. Parte do Willian como dos meninos, de todos eles. A maior influência é o exemplo. Eles vão ver e querer seguir”.
Zé Rafael
“O Zé é um grande jogador, Pituca, João e Rincón também, Neymar por dentro… Todos são grandes jogadores. Vamos nos entender a cada treino, a cada movimento. Nunca joguei com nenhum deles. Com o Schmidt joguei na base do São Paulo há muito tempo. Vou mostrar como penso o jogo, me adaptar a eles para uma dupla ou um trio”.
Qual a meta do Santos no Brasileirão?
“Cheguei tem dois dias. Essas conversas eu não tive nem escutei. É pré-temporada, tentando melhorar para o time todo se enquadrar no que o treinador pede. Dito isso, o Santos sempre brigou por título. O lugar não é a 15ª colocação. Na história recente não ganhou, mas em 2016 foi segundo, 2019 em segundo… Sempre perto. A gente pensa no próximo jogo. Não dá para mencionar nem prometer nada ao torcedor até dezembro. Ninguém pode. Tem muita coisa para acontecer. São intercorrências no caminho, lesões, contratações. O nosso foco é o próximo jogo e ganhar os três pontos, passo a passo. Sem pular etapa e adversário. Os três pontos do Palmeiras valeriam os mesmos do Vitória ou Ceará”.
Principal característica
“Organizar mais o time, equilíbrio no ataque e defesa. Cobertura de laterais e zagueiro. Organizar meio defensivo e ofensivo, entender o que o treinador pede. E os companheiros também esquecem um movimento, um posicionamento, e tenho que ser essa pessoa para relembrá-los. E companheiros para me orientarem também. Um time mais equilibrado aproxima de ter futebol melhor e de ganhar. Já tive treinadores que não ligavam para nada disso. Quem pega esse cara? O mais próximo e a gente ganhava mesmo assim. Mas um time mais equilibrado, coeso, sabendo o que cada um faz, tem mais chance de ganhar”.
Cleber Xavier e procura do Santos
“Falei com o Cleber Xavier, o Santos tentou me contratar algumas vezes, desde janeiro. São meses de conversa comigo, o Alexandre Mattos (executivo de futebol) também, o Pedro Martins (ex-CEO do clube) antes. Cleber e Matheus (Bachi, auxiliar) me ligaram, Fábio (Mahseredjian, preparador físico)…. Falei com o Cleber e isso pesa na hora de decidir”.