Grupo TEP lança audiovisual retratando a resistência do teatro à pandemia

Por Santa Portal em 22/11/2025 às 07:00

Divulgação
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O Teatro Experimental de Pesquisas (TEP), da Unisanta, faz a estreia do curta-metragem “Rumos 60 – Uma viagem Audiovisual”, de ação e resistência durante a pandemia, na próxima quinta-feira (27), às 19h, no Museu da Imagem e do Som de Santos, com entrada gratuita. O roteiro e a direção são de Gilson Melo Barros.

A história do curta vem de março de 2019, quando o TEP fez uma audição para montar a peça “Que mistérios tem Clarice”, homenagem aos 100 anos de Clarice Lispector. Uma semana depois, já com o elenco escolhido, veio a pandemia, o mundo fechou. Esse episódio marcante foi um dos motivos para o ator, diretor e escritor Gilson de Melo Barros resolver seguir em frente e registrar esse momento.

“Dentro daquele estado de solidão começamos a nos corresponder por mensagens e mídias sociais. Acabamos abrindo o Festival de Cenas Teatrais (Fescete), realizado online em 2019. Passamos pela dor, mas acreditando no futuro. O que fica frisado não é a desesperança, mas a alternativa, a busca por uma saída, a esperança em um período tão difícil para todos. Essa é a mensagem a arte”.

O curta rende homenagem ao ator Zemanuel Piñero, falecido esse ano e que fez parte da primeira geração do TEP, onde permaneceu como ator por mais de 10 anos. Por enquanto não haverá novas apresentações, mas certamente vai participar dos movimentos culturais em 2026. A apresentação no espaço do Miss foi uma escolha para fortalecer o núcleo de produção de artes audiovisuais; é ali onde o pessoal dessa área se reúne e mostra suas produções. A produção foi realizada graças à Lei Facult de Incentivo à Cultura, da Prefeitura Municipal de Santos, por meio da Secretaria Municipal de Cultura.

A nova criação, para Gilson, é mais um trabalho movido a paixão: “O olhar vai amadurecendo e ganha novos contornos, mas a paixão pela arte se agiganta com o tempo. Não sei o que seria de mim se não fosse um artista. Quando se está na estrada certa, não precisa buscar atalhos, existe o prazer da descoberta, da renovação”.

Dias difíceis

Em 2021 o grupo já ensaiava com máscaras para a montagem “Ciranda de Maria”, também apresentada online. Era o início de novos tempos para a humanidade e o teatro seguia em frente. “Registrar esse período com cenas de nossas montagens e depoimentos foi um ato de resistência, como tantos outros na arte. E o nome Rumos 60, mostra que estamos quase lá, em 2026 completamos 57 anos.”

O isolamento necessário, o silêncio sufocante e as mudanças drásticas no comportamento geral atingiram a classe teatral e toda cadeia produtiva.

“A espera e a criatividade geraram o respiro necessário para sobreviver”, comenta Gilson, reforçando o trabalho dos atores do TEP, que mesmo de suas casas continuaram atuando para levar o teatro, mesmo em telas.

Vieram novas performances e o teatro em formato selfie, como marca o curta: “Montamos “O prato azul pombinho”, monólogo a partir do texto da escritora Cora Coralina, que, talvez pelo ineditismo, ganhou vários prêmios, com destaque para a atriz Edelvira Azevedo. Seguiram-se “Cirandas de Maria”, espetáculo criado para ser apresentado nos ônibus urbanos da cidade, “Tupy or not to be”, celebração aos s100 anos da Semana de Arte Moderna; “Patativa do Assaré – o poeta sertanejo”, Luso Fusco, em intercâmbio com o ator e diretor Miguel Hernandez, desde a Cidade do Porto (2022); “Alzira Rufino, eu mulher negra”, homenagem à militante dos direitos das mulheres negras e das mulheres em geral.”

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