Cidade mais feminina do Brasil, Câmara de Santos pode ficar sem mulheres a partir de 2026
Por Marcela Morone em 11/11/2025 às 15:00
A Câmara Municipal de Santos pode não ter nenhuma mulher vereadora a partir do ano que vem. Atualmente, há duas parlamentares em exercício: Débora Camilo (PSOL) e Cláudia Alonso (Podemos), mas ambas podem deixar o cargo até 2026 devido a alteração no secretariado municipal e à intenção de parlamentares de disputar cargos públicos em outros âmbitos.
A atual Legislatura começou, inicialmente, com duas mulheres: Débora Camilo e Renata Bravo (PSD), após o pleito do ano passado. Renata, no entanto, deixou a Câmara de Santos para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura após mudanças no secretariado anunciadas na última semana.
A primeira suplente Cláudia Alonso (Podemos) assumiu a vaga que seria de Fabrício Cardoso (Podemos), que assumiu a pasta Infraestrutura e Serviços Públicos após ser nomeado pelo prefeito Rogério Santos (Republicanos) no início do ano. Caso ele retorne à Câmara para concorrer a deputado estadual no próximo ano, a Casa passará a ter apenas uma representante mulher.
A única mulher que permaneceria no cargo seria Débora Camilo, vereadora mais votada de Santos, que também já manifestou interesse em disputar uma vaga na Assembleia Legislativa em 2026. Caso se eleja, a Câmara Municipal poderá encerrar sua 33ª Legislatura sem nenhuma vereadora.
As mudanças no Legislativo chamam atenção pelo contraste com o perfil demográfico do município. Segundo o Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Santos é a cidade com maior proporção de mulheres no país: 54,6% da população, o equivalente a 228.881 mulheres em um total de 418.608 habitantes.
O levantamento mostra ainda que há 82,9 homens para cada 100 mulheres no município, a menor razão de sexo registrada entre todas as cidades brasileiras.
