Com 30 anos de história, Capoeira Compasso impulsiona inclusão e cidadania em Praia Grande

Por Beatriz Pires em 10/12/2025 às 06:00

Divulgação
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A Capoeira Compasso transforma crianças, jovens e adultos por meio da cultura afro-brasileira em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Com três décadas de história, o projeto atende cerca de 60 alunos que participam ativamente das atividades, entre crianças, adolescentes e adultos,inclusive participantes diagnosticados com TEA, TDAH e outras condições, que encontram na capoeira uma ferramenta para desenvolver foco, coordenação, autoestima e interação social.

O grupo foi fundado em 1995 pelo então Contramestre Francisco da Silva, o Neguinho, após anos de dedicação à Associação de Capoeira Rosa Negra e sob a supervisão de seu mestre, Souhail Haddad, que confiou a missão de ampliar o alcance social da capoeira na cidade. 

“Assim criou o Projeto Capoeira sem Fronteiras, deu-se esse nome justamente para quebrar todas as barreiras que escravizam as pessoas na vaidade, orgulho, inveja, na mentira, etc., tudo aquilo que contradiz com uma boa formação cidadã. Por isso essa nomenclatura significa vencer todas essas barreiras que não faz bem para a pessoa humana”, explica Da Silva.

O mestre se orgulha de dizer que, ao longo dos anos, centenas já passaram pelas aulas e muitos seguiram bons caminhos, tornando-se advogados, arquitetos, professores, empresários e outros exemplos do impacto da capoeira. As crianças atendidas têm entre 6 e 12 anos, enquanto os jovens variam de 13 a 15, mas adultos também fazem parte do grupo.

O trabalho é voluntário. Francisco ressalta que o grupo não recebe apoio externo e que os únicos colaboradores são os pais dos alunos e os próprios professores, que contribuem como podem para manter a estrutura mínima necessária, incluindo instrumentos, uniformes e equipamentos. Além disso, muitos voluntários precisam conciliar trabalho, família e rotina com as responsabilidades do projeto, o que afeta a disponibilidade e a capacidade de ampliar o atendimento.

Apesar dos desafios, os resultados são visíveis. A evolução dos alunos aparece em cada roda, seja na disciplina, na concentração, na coordenação motora ou no comportamento dentro e fora da sala. Pais relatam melhorias nos estudos, na convivência e na autoconfiança, reforçando o papel da capoeira como aliada na construção de valores e na formação cidadã.

“Acredito que essa emoção acontece diariamente em nossas atividades, quando podemos ver o sorriso estampado em cada criança e jovem. Nós, que somos apaixonados por essa arte, Capoeira, vivemos grandes emoções no dia a dia”, conta mestre Neguinho.

Hoje, a Capoeira Compasso ultrapassa fronteiras geográficas. Já esteve na África do Sul por seis anos e começou a florescer também em Portugal, por meio do Mestre Arrastão, vice-presidente do grupo. Mesmo assim, a base permanece firme em Praia Grande, onde o projeto segue acolhendo e formando gerações.

As aulas acontecem na Rua Dr. Lobo Viana, 514 , no Sítio do Campo, às segundas, quartas e quintas-feiras, das 20h às 21h30, e aos domingos, das 10h às 11h30.

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