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Empresa defende terminal na Ponta da Praia como alternativa para aliviar Porto de Santos

Por Santa Portal em 15/07/2025 às 05:00

Frederico Dias/Santa Cecília TV
Frederico Dias/Santa Cecília TV

Após a autorização do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) para a realização de estudos técnicos do novo terminal de passageiros na Ponta da Praia, idealizadores do projeto Santos Vivo apresentaram, nesta segunda-feira (14), argumentos em defesa da proposta. Com investimento estimado em R$ 1,247 bilhão, o terminal pretende aliar melhorias ambientais e otimização do Porto de Santos, no litoral de São Paulo.

A estrutura será construída pela Transbrasa, empresa que já atua com logística portuária na cidade. O terminal ocupará uma área de 924 mil m² às margens da Baía de Santos, ao lado do canal de navegação, e será voltado para o embarque e desembarque de passageiros de cruzeiros marítimos.

A apresentação da Transbrasa acontece em meio ao impasse com a Prefeitura de Santos, que defende a instalação do terminal de cruzeiros no bairro do Valongo, região central da cidade. Para a administração municipal, apenas essa área tem respaldo legal para esse tipo de empreendimento, conforme previsto no Plano Diretor e na Lei de Uso e Ocupação do Solo.

O presidente da Transbrasa, Bayard Umbuzeiro Filho, afirmou que a proposta não exclui outras iniciativas e vê o projeto como complementar ao terminal planejado no Valongo. “A gente apoia a recuperação do centro e também a construção de um terminal lá. Mas mesmo com os dois, em 2035, ainda não será suficiente para a demanda prevista”, disse. “É um sonho possível, com etapas técnicas, ambientais e de engenharia sendo cumpridas. Não é um devaneio”.

Segundo o vice-presidente da empresa, Bayard Umbuzeiro Neto, o projeto também traz impactos positivos na faixa de areia da orla e no funcionamento do Porto. “O terminal permite o engordamento da faixa de areia, protegendo a avenida da praia. E libera a atual infraestrutura portuária de granéis sólidos para ser usada efetivamente por navios de carga, já que os passageiros estariam concentrados em outro ponto”, afirmou.

Balneabilidade

Outro argumento apresentado durante o evento foi o impacto positivo na qualidade das águas do mar. O consultor Eduardo Lustosa, que integra a equipe do projeto Santos Vivo, disse que a construção do terminal na Ponta da Praia incluirá um guia-corrente com cerca de 1.500 metros de extensão, que pode ajudar a melhorar a balneabilidade das praias.

“Hoje temos bandeira vermelha quase o ano todo em Santos. O guia-corrente ajudará na diluição e direcionamento dos resíduos que vêm de Vicente de Carvalho, Cubatão e São Vicente. Isso melhora a circulação das águas e reduz a concentração de poluentes na orla”, explicou.

No entanto, apesar da autorização do MPor e da aprovação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o projeto ainda depende de uma série de licenças ambientais e urbanísticas. A empresa afirma estar em diálogo com órgãos como a Marinha e a Secretaria do Patrimônio da União (SPU).

“Cumprimos a primeira etapa. Agora, seguimos com os estudos, tratativas e pedidos de licenciamento. Nosso objetivo é somar esforços e atender aos interesses da cidade”, concluiu Bayard Neto.

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