Operação cumpre mandados contra grupo que causou prejuízo de R$ 500 mil ao Nubank na Baixada Santista

Por Santa Portal em 24/07/2025 às 20:00

Divulgação/Polícia Civil
Divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (24), uma operação para desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes contra o Nubank. Os suspeitos utilizaram tecnologia e documentos falsos para aplicar golpes bancários, que totalizaram, no mínimo, R$ 500 mil de prejuízo ao banco digital, segundo a investigação. Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão em imóveis situados nas cidades de Santos, São Vicente e Praia Grande. Ninguém foi preso.

A ação foi conduzida por equipes da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da Praia Grande, com o apoio do Grupo de Operações Especiais (GOE-Santos) e de outras unidades da Seccional. De acordo com o delegado titular da DIG de Praia Grande, Luiz Ricardo Lara Dias Júnior, os criminosos mantinham um sofisticado esquema baseado em reconhecimento facial, o que permitia abrir múltiplas contas no banco digital. A investigação apura se outras instituições foram lesadas.

O ponto de partida das investigações foi uma denúncia feita pela própria instituição financeira, após o setor de segurança da empresa identificar coincidências nos dados biométricos utilizados para abertura de contas digitais. “O Nubank informa que, assim que identificou fraudes realizadas com contas falsas, reportou o caso às autoridades competentes”, disse em nota. No entanto, a empresa não confirmou o valor repassado pelo delegado.

A ofensiva teve como alvos nove investigados, com idades entre 22 e 64 anos, alguns deles com vínculos familiares. “Essas imagens foram trazidas para a Polícia Civil, que, utilizando-se de ferramentas de reconhecimento facial, conseguiu individualizar todas essas pessoas, de maneira que foi demonstrado materialmente a conduta criminosa, que trouxe um imenso prejuízo para a instituição financeira, perto de R$ 500 mil”.

As diligências ocorreram simultaneamente em nove endereços nos bairros Vila Melo, Vila Valença, Catiapoã, Areia Branca, Rádio Clube e Aviação. Em cada local, os policiais civis foram recebidos com surpresa, mas sem resistência. Os investigados, ao tomarem ciência dos mandados, colaboraram espontaneamente e nenhum documento ou objeto diretamente relacionado à investigação foi localizado nos imóveis.

Possível segunda fase

De acordo com a Polícia Civil, os equipamentos eletrônicos apreendidos – celulares, computadores e máquinas de cartão – serão submetidos à perícia técnica para extração e análise de dados, o que poderá identificar novos membros do grupo e sustentar uma possível segunda fase da operação.

“Exatamente agora [o foco é] a análise de tudo que for extraído dos equipamentos eletrônicos, que permitam não só a individualização das pessoas que são já investigadas, como a identificação de novos participantes que venham a ser identificados durante essas análises”.

O delegado também explicou que, até o momento, a única empresa vítima foi a que denunciou a fraude, mas outras instituições podem ser identificadas ao longo das investigações.

“Os investigados se aproveitaram de uma vulnerabilidade identificada dessa instituição financeira. A gente acredita que as outras instituições não tenham sido vítimas. Contudo, caso haja a individualização de outras empresas que tenham sido vítimas, no mesmo inquérito policial, será objeto de apuração dessas novas condutas”.

Apesar do prejuízo de aproximadamente R$ 500 mil – o que pode ser maior, tendo em vista que as investigações da operação ainda terão continuidade – ao Nubank, nenhum cliente foi diretamente lesado. “A instituição financeira, tão logo identificou essa vulnerabilidade violada, suportou todo o prejuízo financeiro, de maneira que as pessoas físicas que tiveram os dados cadastrais indevidamente utilizados não sofreram qualquer tipo de prejuízo”.

A Polícia Civil segue investigando o caso no âmbito de inquérito policial. Até o momento, ninguém foi preso. A operação foi conduzida com base em mandados expedidos pelo juiz da Vara Regional das Garantias da 7ª Região Administrativa Judiciária de Santos.

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