Médica espancada diz ter 'raiva' de fisiculturista e pede Justiça: "Quero que ele seja punido"

Por Santa Portal em 30/08/2025 às 06:00

Reprodução/Santa Cecília TV
Reprodução/Santa Cecília TV

A médica Samira Mendes Khouri, de 27 anos, falou com exclusividade ao Caderno Regional, da Santa Cecília TV, sobre as agressões sofridas por ela ao ser espancada pelo ex-namorado, o fisiculturista Pedro Camilo Garcia Castro, 24, no dia 14 julho deste ano, na Capital. Na ocasião, Samira, que é moradora de Santos, havia ido comemorar o seu aniversário com Pedro em São Paulo.

Ela começou contando como tem sido a sua rotina de recuperação nas últimas semanas. “Quando sai da UTI eu estava sem força, então eu caia muito. Os meus pés não estavam respondendo, eu fazia qualquer coisa e caia de maduro no chão. Até eu conseguir recompor a mobilidade das minhas pernas demorou bastante, acho que uma semana. Ainda está muito difícil a rotina, com muita fisioterapia, o oftalmo cuidando também da minha perda de visão e o buco maxilo”, disse Samira, para depois dar detalhes da cirurgia a qual ela foi submetida.

“(Passei por) uma cirurgia de oito horas, onde colocaram as placas de titânio no meu rosto. Precisaram estabilizar a fratura, para devolver um pouco do meu rosto. Estava bem afundado. Tiveram que recolocar o olho em órbita, porque todas as estruturas estavam quebradas”, explicou.

Sobre a noite em que foi agredida violentamente pelo ex-namorado, a médica relatou que não sabe a razão pela qual ele cometeu tal ato. Para ela, Pedro tinha certeza que a tinha matado e sairia impune.

“Acho que ele pensou que ficaria impune, acho que ele pensou que tinha me matado, porque ele levou o meu carro e o meu celular com ele. Acho que foi essa sensação de impunidade. Agora, o que levou ele a fazer tudo isso eu não tenho como dizer, porque eu não sei o que se passa na cabeça de um agressor desse tamanho”, declarou.

Viva e em recuperação das agressões, Samira promete ir até as últimas consequências para que o fisiculturista seja punido pela Justiça.

“Quando eu lembro dele, automaticamente eu lembro a dor que eu senti na hora. Como estava tudo fraturado, o meu nariz também estava fraturado em dois lugares diferentes, eu sentia muita dor. Eu não sei como alguém é capaz de fazer isso com outra pessoa, principalmente alguém que ele falou que amava. Eu sinto muita raiva, quero que ele seja punido pelo que aconteceu, ele tentou me matar. Quero que ele seja incriminado por isso”, concluiu.

Veja a entrevista completa a partir de 1 min 7s:

O caso

Samira sofreu múltiplas fraturas no rosto, perdeu 50% da visão de um dos olhos e precisou colocar placas de titânio para estabilizar os ossos faciais. A agressão ocorreu no dia 14 de julho, em São Paulo. Segundo o boletim de ocorrência, ela foi espancada por cerca de seis minutos dentro do apartamento onde o casal estava hospedado.

A violência foi tamanha que Pedro quebrou a mão durante as agressões. Ele deixou o local levando o celular e o carro da médica, mas acabou preso em flagrante pela polícia.

Na audiência de custódia, a prisão foi convertida em preventiva por tentativa de homicídio. O juiz classificou a conduta do agressor como marcada por “covardia, descontrole emocional e periculosidade concreta”.

Defesa

À Justiça, defesa alegou problemas de saúde de Pedro, como Transtorno Alimentar de Bulimia Nervosa. Um relatório psicológico anexado pelos advogados ao processo também cita abuso de anabolizantes, esteroides e medicamentos psiquiátricos. Documento diz ainda que o réu não continuou com o atendimento psicológico.

Qualquer manifestação sobre o caso é prematura, disse o advogado do fisiculturista, à imprensa. Em nota, Danilo Pereira argumenta que ainda faltam etapas burocráticas. “Deverá prevalecer o respeito às partes e seus respectivos familiares, de modo que toda e qualquer manifestação será realizada exclusivamente no bojo dos autos, após franqueada a íntegra da documentação”.

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