Cidades da Baixada Santista investem em energia solar para cortar gastos públicos
Por Beatriz Pires em 12/08/2025 às 05:00
No último mês, o Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Praia Grande concluiu a instalação de um sistema de energia solar fotovoltaica para abastecer seus setores. A iniciativa foi responsável por reduzir em até 70% os gastos públicos com contas de luz e inspirou outros municípios da Baixada Santista.
Trata-se de um projeto de eficiência energética desenvolvido em parceria com a CPFL. O local é gerenciado pela Fundação ABC, em conjunto com o Governo do Estado de São Paulo. A tecnologia funciona de forma simples: as placas instaladas na parte superior do imóvel captam a luz solar e a convertem em energia elétrica por meio de células fotovoltaicas, abastecendo a unidade. Além de reduzir os custos, a prática também contribui com o meio ambiente, diminuindo a emissão de dióxido de carbono.
O engenheiro eletricista Luiz Augusto explica que, antes da implementação, é necessário realizar um estudo detalhado, que leve em conta fatores como a incidência solar no terreno e a presença de obstáculos como prédios altos ou morros que possam dificultar a captação da luz. Ele ainda destaca que os avanços tecnológicos tornam os equipamentos mais eficientes e baratos com o passar do tempo.
“Cada nova geração desses aparelhos tem rendimento melhor e custo mais baixo. Se for instalar o mesmo equipamento daqui a algum tempo, ele provavelmente será mais barato. Também é preciso considerar o valor dos juros sobre o capital, entre outros fatores”, afirma Augusto, professor da Universidade Santa Cecília.
Segundo o professor, a instalação das placas custa em média R$ 3 mil por quilowatt, valor que varia de acordo com o tamanho da estrutura e o potencial energético. O retorno do investimento costuma acontecer após cerca de dez anos. A manutenção também é essencial: placas com acúmulo de resíduos perdem eficiência.
O investimento fica a cargo das prefeituras, que precisam realizar estudos técnicos e passar por processos de licitação. Em São Vicente, as escolas Mário Covas e Prefeito Sebastião Ribeiro da Silva já utilizam energia solar, com placas instaladas com recursos da Secretaria de Educação (Seduc), visando economia e sustentabilidade. A próxima unidade a receber a tecnologia será a Escola Antônio Pacífico.
Há dois anos, o mesmo programa da CPFL implantou placas no Hospital do Vicentino e, há três anos, no Hospital Dr. Olavo Honeaux de Moura. Além disso, o município conta com um sistema para identificar desperdícios de energia, o que permite avaliar outras alternativas para redução de consumo.
Em Mongaguá, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Givaldo Alves Gomes é a única unidade escolar beneficiada pela nova tecnologia. A instalação foi feita com recursos do tesouro municipal e reduziu entre 55% e 90% os custos com energia.
As prefeituras de Bertioga, Peruíbe e Guarujá informaram que estão realizando estudos para viabilizar a instalação de placas solares em seus equipamentos públicos.