Itanhaém é alvo de operação interestadual contra estelionatários especializados no golpe do falso leilão

Por Santa Portal em 10/09/2025 às 11:00

Divulgação/Polícia Civil
Divulgação/Polícia Civil

Itanhaém e São Paulo foram alvos de 16 mandados de busca e apreensão e 12 prisões temporárias cumpridas na Operação Lance Final, deflagrada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul nesta terça-feira (9). A ofensiva interestadual teve como objetivo localizar estelionatários especializados no chamado “golpe do falso leilão” em ambas as cidades.

Segundo a investigação, a organização criminosa vinha atuando em diferentes regiões do país, aplicando golpes que lesaram dezenas de vítimas. Somente na área da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas (RS), duas vítimas tiveram prejuízo financeiro de R$ 100 mil.

Foram mobilizados 80 policiais civis dos dois estados. A ação contou com apoio do Ministério da Justiça, por meio do Ciberlab/SENASP, além da Polícia Civil de São Paulo.

Como funcionava o golpe

A fraude, conhecida como Golpe do Falso Leilão, tinha como principal artifício a criação de sites fraudulentos que simulavam plataformas de leilões oficiais.

  • 1. Clonagem de anúncios – Os criminosos copiavam veículos de leilões legítimos e os disponibilizavam em páginas falsas.
  • 2. Patrocínio de links – Para alcançar mais vítimas, pagavam anúncios, garantindo que o site falso aparecesse entre os primeiros resultados nas buscas por “leilões”.
  • 3. Simulação de legitimidade – O ambiente virtual era elaborado para parecer real, com documentos falsificados, termos de arremate e até a utilização de nomes e endereços verdadeiros de casas de leilão.
  • 4. Contato via WhatsApp – Após a vítima acessar o site, era direcionada a um número de celular. A negociação era feita de forma convincente até a transferência bancária.

Depois do pagamento, os golpistas desapareciam, deixando as vítimas sem o bem adquirido e sem possibilidade de reaver os valores.

De acordo com a delegada Luciane Bertoletti, o objetivo da ação foi desarticular a rede criminosa e, sobretudo, proteger a população contra golpes digitais que se multiplicam pela internet. “Esses crimes exploram a confiança das pessoas e utilizam a tecnologia para enganar de forma cada vez mais sofisticada. Nossa missão é cortar o elo da fraude antes que mais famílias sejam prejudicadas”, enfatizou a delegada.

Crimes como esse atingem diversas pessoas, de forma difusa e trazem prejuízo significativos, destacou o diretor da Delegacia Regional de Canoas, Cristiano Reschke, que ainda acrescenta. “Estamos lidando com uma organização criminosa bem estruturada, com atuação em diversos estados, que operava com um alto nível de profissionalismo. Trata-se de um esquema que expõe claramente a habilidade dos criminosos de utilizar a tecnologia para sofisticar suas fraudes e ampliar os prejuízos causados à sociedade”, afirmou.

Reschke orienta à população sobre ofertas que parecem boas demais para ser verdade. “Verifiquem minuciosamente as credenciais de qualquer site ou empresa que realize atividades de leilão, e procurem informações nos canais oficiais. Estamos empenhados em combater essa criminalidade de forma enérgica, mas a conscientização da sociedade é uma parte crucial para prevenir que novas vítimas sejam feitas”, ratificou o delegado.

loading...

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.