12/12/2025

Ministro diz que foco é acabar com apagão em SP e critica Tarcísio e Nunes por disputa política

Por Fábio Pupo/Folhapress em 12/12/2025 às 12:25

Pablo Jacob/Governo do Estado de SP
Pablo Jacob/Governo do Estado de SP

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, criticou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito paulista Ricardo Nunes (MDB) por, segundo ele, transformarem em disputa política as falhas na distribuição de energia na capital paulista.

De acordo o ministro, o governo federal “está concentrado exclusivamente no restabelecimento” da eletricidade após os efeitos do ciclone extratropical que atingiu a região metropolitana de São Paulo nesta quarta-feira (10).

“Enquanto o governador de São Paulo e o prefeito da capital do estado preferem transformar um episódio climático extremo em disputa política, o governo do Brasil mantém o foco naquilo que realmente importa: restabelecer a energia elétrica para a população com rapidez e segurança”, disse Silveira, em nota enviada à Folha.

Segundo o ministro, rajadas de vento superiores a 110 km/h provocaram desligamentos significativos em várias regiões paulistas. O Ministério de Minas e Energia diz que acionou a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para reforçar a fiscalização sobre a Enel e instalou uma sala de situação para monitoramento contínuo.

Dos quase 2,5 milhões de consumidores afetados, cerca de 1,5 milhão já tiveram o serviço restabelecido, segundo o ministro. Outras distribuidoras foram mobilizadas para apoiar a Enel no religamento.

Silveira afirmou que “busca manter diálogo aberto tanto com o prefeito Ricardo Nunes quanto com o governador Tarcísio de Freitas, assim como sempre ocorreu em outras situações emergenciais”.

O ministro disse ainda que eventuais falhas ou omissões da distribuidora serão apuradas pela agência reguladora, que deverá aplicar punições quando cabíveis.

O governador de São Paulo afirmou, também nesta quinta, que o estado fica refém da Enel e voltou a pedir intervenção e caducidade no contrato de concessão do fornecimento de energia elétrica na região metropolitana.

A empresa já atua para conseguir prorrogar o contrato, que vence em 2028, por mais 30 anos.

“Temos um contrato muito antigo que está no Ministério de Minas e Energia e que tem a regulação que cabe à Aneel [uma autarquia federal]. Precisamos de investimentos para tornar a rede automatizada porque todos os anos vamos ter eventos climáticos”, afirmou Tarcísio.

Tarcísio também rebateu declarações dadas por Alexandre Silveira em setembro. Na ocasião, o ministro do governo Lula sugeriu que Tarcísio e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) agiam de forma populista, mas que o contrato só deverá ser renovado após análise e estudos técnicos.

“Todo evento climático vai ter problema, e isso eu falei e teve crítica do ministro dizendo que estava querendo fazer política. Quanto a essas pessoas que estão sem energia em casa, quando a energia vai ser restabelecida? Este estabelecimento vai levar alguns dias”, afirmou o governador.

Procurada pela reportagem, a Enel não se pronunciou sobre as afirmações do governador. Em nota nesta quinta, a concessionária havia informado que São Paulo e a região metropolitana foram atingidas por um vendaval considerado histórico pelo Inmet, que perdurou por cerca de 12 horas ontem.

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