22/12/2025

Litoral norte de SP registra queda no número de praias próprias para banho

Por Marcelo Toledo/Folhapress em 22/12/2025 às 12:24

Reprodução/Google
Reprodução/Google

O badalado litoral norte de São Paulo, composto por Ilhabela, São Sebastião, Ubatuba e Caraguatatuba, teve menos praias próprias para banho num intervalo de 12 meses em comparação com o período anterior.

Veja a qualidade das praias do litoral do Brasil Depois de apresentarem no ano passado o melhor índice de balneabilidade em relação aos três anos anteriores, 37 dos 99 pontos monitorados pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) na região estiveram próprios em todas as coletas feitas pelos técnicos da agência ambiental entre novembro de 2024 e outubro deste ano.

Desde o início do levantamento anual feito pela Folha, em 2016, o melhor ano foi 2017, com 57 praias do litoral norte boas o ano todo.

No ano anterior -novembro/23 a outubro do ano passado-, eram 43 as praias próprias o tempo todo para banho. As praias regulares, ruins e péssimas, por sua vez, cresceram. As regulares somam 44 agora, ante 39 do ano anterior, enquanto as ruins avançaram de 13 para 14 e as péssimas passaram de 3 para 4.

O cenário de redução nos pontos favoráveis se deve especialmente a Ubatuba, onde as praias boas caíram de 21 para 14. Na cidade, sete praias que foram monitoradas somente uma vez por mês no ano passado e sempre estavam limpas voltaram a ter medição semanal da Cetesb e quatro delas deixaram de ser boas.

Foram classificadas como regulares, porém o cenário é avaliado como pontual pela Cetesb, já que elas ficaram impróprias para banho em somente uma medição semanal (são 52 no ano).

A cidade teve, ainda, 15 praias regulares, an te as 8 do levantamento anterior. Outras 3 praias estiveram ruins no período, uma a menos do que no ano passado, e 3 foram classificadas como péssimas, ante as 2 de 2024.

Ubatuba é o município paulista com mais pontos monitorados, 35, à frente de São Sebastião, com 30, Ilhabela, com 19, e Caraguatatuba, com 15.

“O parque da [ilha] Anchieta passou por uma reforma, e a gente acabou não tendo [medições todas as semanas], porque quem faz a coleta são eles, precisa de barco. Depois, a gente recolhe as amostras no píer. E eles não estavam conseguindo fazer essa coleta, então colocamos como mensal, porque para classificar precisaríamos ter as cinco amostras, semanalmente. Mas isso foi um episódio causado pela reforma deles”, disse Cláudia Lamparelli, gerente do setor de águas litorâneas da Cetesb.

Segundo ela, embora o cenário seja pontual e os índices historicamente sejam considerados muito bons, a impropriedade encontrada nas praias da Anchieta será objeto de análise.

“A gente conversou com o pessoal do parque, vamos marcar uma vistoria […] para entender o que aconteceu. Porque, inclusive, não tem muita fonte de poluição fecal. Não sabemos se foi uma chuva muito forte que arrastou, pode até ter sido uma espécie de animal, porque tem muita mata lá perto”, disse.

Para uma praia ser classificada como boa, é preciso que ela esteja própria para banho em 100% das medições. Para ser considerada regular, pode estar imprópria em até 25% das medições. Ou seja, se nas 52 medições anuais ela estiver imprópria em apenas uma semana, já será considerada regular.

Para ser classificada como ruim, tem de estar imprópria de 26% a 50% das medições. Acima disso, ela é considerada péssima.

Em São Sebastião, 16 praias foram classificadas como boas, igual ao ano passado, e as regulares caíram de 11 para 7. Já as ruins avançaram de 2 para 7 praias.

Nenhuma praia da cidade teve classificação péssima em 2025, enquanto no ano passado 1 local estava nessa situação. Praias badaladas, como Maresias, passaram todo o período próprias para o banho.

Já em Ilhabela, 3 praias foram classificadas como boas, uma a mais do que no ano passado. Outras 14 ficaram regulares e a ilha teve 2 pontos ruins. Em 2024, eram 2 boas, 13 regulares e 4 ruins.

Caraguatatuba, por sua vez, teve 4 praias boas -repetindo o ano anterior-, 8 regulares, 2 ruins e 1 péssima. Em 2024, eram 7 regulares, 3 ruins e 1 péssima.

São Paulo teve 175 pontos monitorados em 15 municípios do litoral. Desses, 163 são avaliados todas as semanas e 12 são monitorados mensalmente.

Ubatuba tem quatro locais com análise mensal (Lagoa Prumirim, Prumirim, Fortaleza e Pulso), assim como Ilha Comprida (Balneário Adriana, Centro, Pontal e Prainha), mas também há pontos em Caraguatatuba (Lagoa Azul), Guarujá (Iporanga), Iguape (Juréia) e Cubatão (Rio Perequê).

Dez dos locais foram classificados como próprios em todas as medições do órgão ambiental. As exceções foram Lagoa Azul (Caraguatatuba) e Lagoa Prumirim (Ubatuba), regulares.

Riscos da água imprópria

Nadar em áreas consideradas impróprias para banho pode provocar problemas de saúde, principalmente doenças gastrointestinais ou de pele, como micoses. Outros focos de contaminação, que não são considerados na análise, podem ser a presença de lixo na areia das praias, por exemplo -ou até mesmo desastres ambientais.

Newsletter Colunas Receba no seu email uma seleção de colunas da Folha *** Especialistas recomendam, além de o banhista não entrar na água quando ela estiver imprópria, que ele evite tomar banho no mar depois de chuvas intensas e que também não se banhe em locais que desaguem no mar.

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