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28/05/2025

Guerra em Gaza é imoral e deve acabar, diz carta assinada por mais de mil militares de Israel

Por Folha Press em 28/05/2025 às 11:41

Fernando Frazão/Agência Brasil
Fernando Frazão/Agência Brasil

O governo do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, cada vez mais pressionado por aliados diante das cenas de destruição na Faixa de Gaza, vê crescer também o descontentamento interno em relação ao conflito -segundo publicou o jornal Haaretz nesta terça-feira (27), militares do Estado judeu preparam uma carta aberta para dizer que a guerra se tornou imoral e deve acabar.

O documento, apresentado a militares em serviço e da reserva, já recebeu mais de 1.200 assinaturas, afirmaram ao jornal os organizadores da ação.

“Nós, antigos e atuais oficiais e comandantes da reserva das Forças de Defesa de Israel, exigimos que o governo e o chefe do Estado-Maior parem a guerra política em Gaza e devolvam imediatamente todos os reféns”, afirma a carta, de acordo com o Haaretz. “Continuar a guerra vai contra a vontade da esmagadora maioria do público, resultará na morte de reféns, soldados do Exército israelense e civis inocentes, e pode até levar à prática de crimes de guerra.”

Os militares dizem ainda que o conflito se tornou uma guerra política que “não serve à segurança nacional de Israel e, portanto, é imoral”. “Esta é uma guerra para preparar a ocupação de Gaza e tem como objetivo implementar a visão messiânica de uma pequena minoria na sociedade israelense”, diz o documento, ainda segundo o jornal.

Esta não é a primeira ação planejada pelos organizadores, de acordo com o Haaretz. São as mesmas pessoas que, em abril, escreveram uma carta assinada por cerca de mil membros da Força Aérea pedindo o retorno dos reféns, ainda que isso significasse interromper os combates.

Na ocasião, o governo reagiu demitindo parte dos signatários, mas a repreensão teve o efeito contrário e fez outros militares aderirem ao apelo -entre eles, ex-chefes do Mossad, o serviço secreto de Israel, e um chefe do Estado-Maior, de acordo com a imprensa local.

Eles afirmaram na ocasião que continuar a guerra “não beneficia nenhum de seus objetivos declarados e causará a morte de reféns, soldados israelenses e civis inocentes”. “Apelamos a todos os cidadãos de Israel para que tomem medidas e exijam, em todos os lugares e por todos os meios: Parem a guerra e tragam de volta todos os reféns – agora! Cada dia que passa coloca suas vidas em risco”, dizia o documento.

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