Rival do Mirassol viveu decepções e mira quebrar escrita para jogar Série A
Por Renan Liskai/Folhapress em 08/11/2025 às 12:54
Novo ano, nova oportunidade. O Novorizontino, pela terceira temporada seguida, sonha com um acesso inédito à elite do Brasileirão e tenta quebrar uma escrita que criou traumas nas últimas edições da Série B.
Traumas do Novorizontino
O Novorizontino viu o acesso escorrer entre os dedos nos últimos dois anos. A equipe do interior paulista fez campanhas consistentes ao longo das temporadas, mas pecou na reta decisiva e não conseguiu subir.
A escrita começou em 2023. O time paulista chegou à última rodada em quinto, venceu o Criciúma, mas viu o Juventude buscar uma virada sobre o Ceará jogando fora de casa e teve o sonho frustrado.
O ano passado foi o mais traumático. O Novorizontino chegou à última rodada na terceira colocação, mas terminou a competição em quinto graças à derrota para o Goiás, com gol no fim do jogo. Um empate bastava para o acesso. Na penúltima rodada, o Tigre também perdeu pontos importantes ao ficar no 1 a 1 com o Paysandu.
Em 2025, o Tigre é o quinto colocado faltando três rodadas para o fim. A equipe soma os mesmos 56 pontos que Athletico-PR (4°) e dois a menos que Remo (3º) e a vice-líder Chapecoense. O líder Coritiba está mais longe, com 61 pontos.
Mesmo em quinto, o time depende apenas de si para subir. Isso porque enfrenta o Remo, neste sábado (08), e entrará no G4 se vencer. Daí para frente, basta não tropeçar contra Goiás [fora] e CRB [casa] para chegar à Série A pela primeira vez.
Internamente, o clube tenta conter a ansiedade para evitar uma nova frustração. O foco está na tabela do dia 23 de novembro, quando se encerra a Série B.
“Não é importante estar no G4 agora, é estar no dia 23 de novembro, eu prefiro. Não tem ansiedade nesse sentido. Acho que temos que fazer nosso papel”, disse Enderson Moreira, após jogo contra o América-MG.
Algumas coisas mudaram
Mudanças aconteceram de um ano para cá. Eduardo Baptista, técnico nas duas vezes em que o time ficou no quase, saiu e veio Umberto Louzer. O novo treinador não durou muito, foi demitido e deu lugar a Enderson Moreira, outro bastante experiente.
O elenco conta com novas peças, mas ainda tem pilares rodados como o goleiro Jordi, o zagueiro César Martins, o meia Willian Farias e o atacante Lucca.
Rival do Mirassol e cidade pequena
O Novorizontino é o principal rival do Mirassol, a grande surpresa da Série A deste ano. Ambos ficam em cidades localizadas no interior paulista e que têm o “DDD 017”.
Assim como o rival, o Novorizontino aposta na gestão e em estrutura de ponta. O clube tem uma espécie de SAF virou empresa, mas não vendeu parte majoritária para alguma firma. O CT foi inaugurado recentemente e conta com uma série de tecnologias.
A base é uma arma. No ano passado, a equipe sub-20 do Novorizontino foi campeã paulista e semifinalista da Copinha foi eliminada pelo campeão Corinthians.
Novo Horizonte tem apenas 38 mil habitantes. A casa do clube, o estádio Jorge Ismael de Biasi, tem capacidade para 16 mil torcedores, mas dificilmente lota. Nos jogos grandes, o clube conta com o apoio dos moradores da cidade e também de municípios vizinhos.