06/11/2025

Ex-árbitros divergem sobre polêmicas em jogos de Corinthians e Flamengo

Por Folha Press em 06/11/2025 às 19:19

Reprodução/CBF
Reprodução/CBF

Mais uma rodada do Campeonato Brasileiro foi marcada por polêmicas de arbitragem. Sete dos 10 jogos da 32ª rodada da competição nacional foram disputados na noite desta quarta-feira (5). Em dois deles, pelo menos, o apito foi protagonista.

A atuação de Edina Batista Alves no duelo entre Red Bull Bragantino e Corinthians foi bastante questionada pela falta de critérios nas marcações.

Já na partida entre São Paulo e Flamengo, o árbitro Rodrigo José Pereira de Lima marcou um pênalti a favor da equipe carioca que gerou muitas reclamações do lado são-paulino.

São Paulo x Flamengo: pênalti de Pablo Maia em Arrascaeta

Pouco após o São Paulo abrir o placar, aos três minutos de jogo, o Flamengo teve um pênalti marcado a seu favor – que na sequência foi convertido.

No lance, houve um contato entre Pablo Maia e De Arrascaeta, em que o atleta do Tricolor está por trás do flamenguista na disputa.

Rodrigo José Pereira de Lima marcou a penalidade no campo e não houve influência do VAR.

“Carga pelas costas quando o Arrascaeta vai chutar. Pablo Maia faz carga no Arrascaeta. Então, pênalti”, afirma Carlos Eugênio Simon à reportagem.

“Para mim é pênalti, porque há uma disputa por trás e a regra fala em uma disputa igualitária e nunca será igualitária se tem um na frente e outro por trás”, diz Alfredo Loebeling à reportagem.

Loebeling, inclusive, exalta que a marcação de campo tenha sido respeitada sem a influência da equipe de vídeo.

“O ponto positivo dessa marcação, pra mim, é a não interferência do VAR, porque é um lance interpretativo, que o árbitro marcou em campo”, afirma.

Já Guilherme Ceretta de Lima, que ainda está em atividade, mas apitando nos Estados Unidos, discorda da “opinião dos companheiros. Ele ainda critica a falta de critério da arbitragem no Brasil.

Em qualquer lugar do mundo não seria pênalti. Só no Brasil que esse tipo de disputa eles consideram pênalti. Se fosse algo criterioso, seria bom. Tem hora que marca, hora que não, isso afeta no critério”, diz.

Red Bull Bragantino e Corinthians: falta de critério é ponto pacífico em atuação de Edina

O duelo entre Red Bull Bragantino foi marcado por muitas reclamações dos corintianos à árbitra Edina Alves Batista. Osmar Stábile, presidente do Timão, por exemplo, classificou a arbitragem como “uma aberração”.

A principal crítica foi por conta da ausência de critério de Edina nas marcações.

“Ela (Edina) não tem grandes arbitragens. Ela não possui suporte psicológico para lidar com jogos grandes. Como ela estava como uma arbitragem ruim, como um todo, estava completamente perdida. E quando você está perdido, as suas decisões são comprometidas. Ela vai bem em jogo fácil, mas em jogo mais complicado ela se perde totalmente. As decisões de campo foram contaminadas por falta de desequilíbrio emocional”, diz Loebeling.

“Edina eu considero uma boa árbitra,mas não esteve em uma boa noite. Foram 13 cartões amarelos, dois vermelhos e 35 faltas. No geral, ela não estava bem”, afirma Carlos Eugênio Simon.

“Ela estava perdida. Assisti o jogo com dó dela. Estava muito nervosa.”, diz Ceretta.

Inclusive, as expulsões de José Martínez e Charles são colocadas como consequência do desequilíbrio emocional de Edina Alves Batista em Bragança.

“No lance da expulsão (do Martínez), duvido que ela mostrasse o segundo cartão (amarelo). Tanto que ela mostra o primeiro e só depois mostra o segundo, ao ser pressionada pelos jogadores do Bragantino”, afirma Loebeling à reportagem.

“Foi o segundo amarelo. Ela deu um amarelo pra cada um, mas estava tão desconcentrada e perdida que passou a impressão para todo mundo que esqueceu que ele (Martínez) já tinha. Certeza que foi um erro de controle de jogo, que ela tentou controlar e esqueceu que ele (Martínez) já tinha (um cartão amarelo)”, diz Ceretta à reportagem.

Para Carlos Eugênio Simon, a expulsão de Martínez poderia ser controlada de forma preventiva, sem a necessidade do cartão.

“Ali se faz uma arbitragem preventiva. A bola está parada, você chama os jogadores e dá advertência verbal”, afirma.

Já nos acréscimos da partida, Charles foi expulso ao tentar acertar um tapa no meia Jhon Jhon. Inicialmente, Edina advertiu o meia corintiano com cartão amarelo, mas mudou de ideia e o expulsou após recomendação da assistente Fabrini Bevilaqua Costa.

“A expulsão foi correta, porque o Charles tentou dar um tapa no jogador adversário A regra fala sobre agredir ou tentar agredir o adversário. Pelo ângulo que eu vi, houve a intenção de dar o tapa. Se pegou em cheio não tem ângulo conclusivo. Só que ela deu primeiramente o cartão amarelo. Porém, se a assistente chamou (para comunicar a tentativa do tapa), está dentro da regra. A assistente está li e se viu melhor chama para colocar na rua. Se fosse um lance que ninguém tivesse visto, ela (Edina) teria que ir na cabine do VAR”, diz Simon.

Loebeling e Ceretta já acreditam que o cartão vermelho poderia ser evitado na situação em questão.

“Mesmo a expulsão do Charles, por tudo que tinha acontecido na partida, um árbitro mais experiente não teria relevado, mas teria entendido o momento do jogo, se era necessário, ou não (o cartão vermelho). Há uma pergunta na arbitragem, que também é feita em vários segmentos da vida, que é se você poderia ter expulsado (e poderia), mas se deveria ter expulsado”, diz Loebeling. .

“Não foi nada. Se for expulsar por isso, vai ter que expulsar uns quatro de cada lado todo jogo. Ele tentou empurrar o cara, tentou o tapa, não conseguiu, levantou e empurrou. Ela (Edina) caiu na pilha da Fabrini, caiu na voz da assistente que estava do outro lado e acabou expulsando. Erro de procedimento. É o VAR que tem que chamar, não ir na voz da assistente”, afirma Ceretta.

Bragantino e Corinthians: pênalti marcado a favor do Massa Bruta e não assinalado para o Timão

O primeiro gol do Red Bull Bragantino foi marcado por Eduardo Sasha, em cobrança de pênalti que foi cometido por Fabrizio Angileri em Alix Vinicius.

Houve consenso que a marcação da penalidade foi correta.

“O pênalti a favor do Bragantino foi. Há carga pelas costas feita pelo jogador do Corinthians na disputa de bola”, diz Simon.

“O pênalti marcado para o RB, eu acho que foi. A falta foi escandalosa, que o VAR marca, chama para marcar”, afirma Loebeling.

Guilherme Ceretta de Lima concorda que o pênalti foi bem marcado, mas critica que ele não tenha sido assinalado somente após revisão recomendada pelo árbitro de vídeo Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral.

Pênalti claríssimo. O Guarizo, o VAR, interviu bem. Mas como falta personalidade dos árbitros marcarem no campo. Pênalti facinho de marcar no campo. Ombros nas costas”, diz Ceretta.

Quanto a um possível pênalti em Gustavo Henrique, após cobrança de falta alçada à area, já nos acréscimos da partida, os árbitros ouvidos pelo UOL concordam que não deveria ser marcado.

“Os jogadores estavam se agarrando. Você espera, não autoriza a cobrança e adverte verbalmente. Ali não houve (o pênalti), pois os dois jogadores estavam se agarrando”, afirma Simon.

“Não foi nada. Se for marcar esse tipo de empurra, empurra, pode marcar 18 pênaltis por jogo e vai ser pouco. Não é o ideal é aconselhável, mas no Brasil é normal. Nível do futebol é tão baixo que isso acaba sendo normal”, diz Ceretta.

“O pênalti em cima do Gustavo Henrique eu não marcaria, não. Marcaria o primeiro, sim. Esse, não”, afirma Loebeling.

loading...

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.