19/11/2025

Estêvão vira 'Ancelotti-Man' na seleção com artilharia e protagonismo

Por Igor Siqueira e Thiago Arantes/Folhapress em 19/11/2025 às 10:46

O jogador mais jovem da seleção brasileira é também o maior protagonista da Era Ancelotti. Aos 18 anos, Estêvão passou de promessa a realidade nas mãos do treinador italiano, antes mesmo de se consolidar como titular do Chelsea, clube que defende desde o início da temporada europeia.

Os números confirmam o protagonismo: são 5 gols marcados, mais que nenhum outro jogador, desde que o italiano assumiu a seleção. Só que a importância do jovem vai além do ranking de artilharia sob o comando do treinador. Estêvão foi “adotado” por Ancelotti como o jogador-símbolo de seu trabalho.

Outrora chamado de forma jocosa de “Cuiabá-Man”, por supostamente marcar gols apenas em jogos menos importantes com a camisa do Palmeiras, ele agora é o “Ancelotti-Man”. Uma pedra fundamental no sistema ofensivo da seleção.

A relação é de profunda admiração. E de proteção, também. No empate por 1 a 1 contra a Tunísia, o “mister” pediu que Lucas Paquetá cobrasse o segundo pênalti para “tirar a pressão” de Estêvão. O meio-campista chutou para fora, e o Brasil perdeu sua melhor chance de vencer o jogo.

Estêvão foi um dos poucos pontos positivos da seleção no duelo em Lille. Ele já havia marcado o gol de empate (também em cobrança de pênalti) e quase fez o segundo, no último lance do jogo. Não sentiu a pressão, o que acabou tornando a decisão de Ancelotti difícil de entender.

Elogios do chefe

As boas atuações de Estêvão são um desafio para o incipiente vocabulário de Ancelotti em português: a cada entrevista o treinador tem procurado palavras diferentes para definir o atacante do Chelsea.

“Para mim, é uma surpresa alguém jovem assim ter este tipo de talento. Muito preciso na finalização, muito contundente. Com ele, o Brasil tem um futuro assegurado”, disse o italiano, logo depois da vitória por 2 a 0 sobre Senegal, no sábado (15). Estêvão marcou o primeiro gol daquela partida.

Antes do duelo contra a Tunísia, Ancelotti foi perguntado sobre uma “bronca” que deu no jovem, durante a semana de treinos no CT do Arsenal, ainda em Londres. A história foi contada pelo próprio jogador, que revelou ter sido cobrado para defender mais durante uma atividade.

“Eu tento tratá-lo como os outros. Obviamente tem mais coisas que ele tem que aprender. Ele pode aprender falando com o treinador, olhando todos os veteranos que estão aqui. Ele ainda pode melhorar em muitos aspectos: no conhecimento do jogo, na atitude, no sacrifício. O que não dá pra melhorar é o talento, porque acho que é impossível ter mais”, disse o italiano.

Problema bom

A aparição de Estêvão acabou criando um “problema bom” para Ancelotti: o encaixe de Raphinha na equipe titular, quando o ponta do Barcelona estiver recuperado de lesão.

Melhor jogador brasileiro da temporada passada e um dos poucos destaques positivos do ciclo pós-2022, Raphinha era visto como forte candidato à vaga no lado direito do ataque, mesma faixa ocupada pelo atleta do Chelsea.

Com a explosão de Estêvão, outras opções surgiram: há a possibilidade de que o camisa 11 volte para substituir Matheus Cunha, jogando mais centralizado; ou, ainda, que jogue pela esquerda, no lugar de Rodrygo. Outra opção é que ele não volte ao time e seja uma espécie de reserva de luxo.

Um debate que só está aberto porque Estêvão virou o dono da posição. E vai, jogo a jogo, se transformando também na principal referência ofensiva de toda a seleção brasileira.

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