Consumo de ultraprocessados impulsiona aumento de diabetes na Baixada Santista

Por Beatriz Pires em 09/11/2025 às 07:00

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil

Cubatão registrou um aumento de 17,17% no número de pacientes diagnosticados com diabetes tipo 2 em um ano. No último ano, o município contabilizava 4.287 pessoas vivendo com diabetes. Em 2025, esse número subiu para 5.023. Em São Vicente, atualmente 8.780 habitantes convivem com a doença. A cidade segue uma tendência mundial. Segundo a médica endocrinologista Giovana Corralo, estima-se que entre 8% e 10% da população adulta da Baixada Santista já tenha diabetes.

A médica explica que o aumento está relacionado ao consumo excessivo de açúcares e alimentos ultraprocessados, agravado pela obesidade e pelo sedentarismo. Outros fatores incluem a predisposição genética, principalmente entre pessoas com familiares de primeiro grau diagnosticados com a doença tipo 1.

“O diagnóstico é mais frequente a partir dos 35 ou 40 anos, mas vem ocorrendo um aumento de casos em crianças, especialmente devido ao crescimento da obesidade nessa faixa etária”, enfatiza Giovana.

O diabetes é uma doença silenciosa. Segundo a especialista, o paciente pode permanecer anos sem apresentar sintomas, embora alguns sinais possam surgir, como fome e sede excessivas, perda de peso sem explicação, visão embaçada e cansaço. O diagnóstico é feito por meio de exame de sangue, que avalia a dosagem de glicose, chamada glicemia. Valores iguais ou superiores a 126 mg/dL confirmam o quadro de diabetes.

“A Baixada Santista é uma região conhecida por ter uma alta proporção de idosos, e nessa população os índices de sedentarismo são bastante elevados, o que impacta diretamente no controle do diabetes”, explica Giovana.

Por se tratar de uma doença crônica, o diagnóstico costuma gerar preocupação entre os familiares, principalmente porque o acesso a medicamentos ainda é limitado. As medicações têm custo elevado e muitas não estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Após o diagnóstico, o paciente com diabetes tipo 2 deve iniciar acompanhamento com nutricionista, seguir um plano alimentar equilibrado, realizar atividades físicas regulares e, se necessário, utilizar medicamentos antidiabéticos, que podem ser orais ou injetáveis. Em alguns casos, é indicado o uso de insulina, hormônio naturalmente produzido pelo pâncreas, mas que precisa ser reposto artificialmente quando o corpo deixa de produzi-lo.

Os exames de controle devem ser realizados a cada três a seis meses para acompanhar a evolução da doença e ajustar o tratamento.

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