Apesar de avanço da influenza A, covid-19 ainda lidera mortes por SRAG na Baixada
Por Beatriz Pires em 25/05/2025 às 06:00

A covid-19 continua sendo o vírus responsável pela maior parte das mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na Baixada Santista. Apesar do recente aumento de casos de influenza A no Brasil, que, segundo estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), causou a maioria dos óbitos por SRAG entre idosos em nível nacional, a situação na região é diferente.
Nos primeiros cinco meses do ano, juntas, Santos, Cubatão, Praia Grande, Peruíbe e Guarujá registraram 91 internações por influenza A, com dois óbitos confirmados. Em contrapartida, a covid-19 contabilizou 131 casos de internação, com 16 mortes, a maioria em idosos, no mesmo período.
“A grande dificuldade para o diagnóstico precoce realmente é a investigação. É necessário que todos os pacientes com síndrome gripal sejam investigados, o que permite não só o diagnóstico, mas também o isolamento adequado do paciente com influenza”, explica o infectologista Marcelo Otsuka.
Os principais sintomas das infecções respiratórias incluem febre, dores de cabeça e no corpo, coriza, entre outros.
Embora sejam vírus diferentes, Otsuka destaca que ambos podem evoluir para uma síndrome respiratória aguda, especialmente em grupos de risco, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias pré-existentes, como asma e bronquite. Em casos mais graves, podem provocar descompensação de doenças cardíacas e pulmonares, como infarto e diabetes, entre outras complicações.
“O mais importante é a vacinação em massa. Quanto mais pessoas vacinadas, melhor será o bem coletivo e a proteção de todos ao redor”, ressalta Otsuka.
O infectologista também alerta que a baixa cobertura vacinal tem sido um problema recorrente na região, tanto para a covid-19 quanto para a gripe. Mesmo com campanhas ativas, muitos deixam de se vacinar, seja por ideologia ou falta de informação.
Todas as infecções respiratórias podem coexistir. O infectologista aponta que a covid-19 pode influenciar no surgimento de pneumonias bacterianas e até infecções fúngicas invasivas. Nesta época do ano, o risco aumenta. Por isso, ele recomenda que qualquer pessoa que apresente sintomas se isole e investigue a causa. Caso haja febre ou desconforto, especialmente em pessoas com comorbidades, o ideal é procurar atendimento médico imediatamente.