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Nova diretriz reduz temperatura considerada febre em crianças e acende alerta

Por Beatriz Pires em 03/07/2025 às 06:00

Reprodução/ Freepik
Reprodução/ Freepik

Novas definições de febre instituídas pela Sociedade Brasileira de Pediatria têm gerado dúvidas e debates. Até então, a temperatura mínima para constatar febre era de 38 °C. Com a nova diretriz, o valor passa a ser de 37,5 °C, o que antes era considerado apenas um estado febril. A mudança visa reforçar o cuidado, principalmente com bebês e crianças pequenas com condições preexistentes.

A pediatra Bruna Giacomelli explica que estudos mais recentes mostram que o organismo infantil pode estar respondendo a processos inflamatórios ou infecciosos mesmo com temperaturas mais baixas. A ideia é permitir que os profissionais reconheçam precocemente quadros que antes poderiam passar despercebidos.

“Sempre que há uma mudança de conceito, é natural que os pais fiquem mais atentos… e às vezes até mais ansiosos. Por isso, o nosso papel como pediatra é orientar com muita calma e clareza”, afirma a médica.

A médica também alerta para a possibilidade de superlotação dos serviços pediátricos na Baixada Santista, já sobrecarregados por surtos de dengue e outros vírus respiratórios.

Apesar da mudança no critério, Bruna reforça que a temperatura não deve ser o único indicativo do estado de saúde da criança. Observar o comportamento é essencial: se ela está ativa, brincando, se alimentando e aceitando líquidos.

“O principal grupo que merece atenção especial são os bebês menores de três meses. Para eles, qualquer temperatura a partir de 37,5 °C já é um sinal de alerta e deve ser avaliada com urgência. Também precisamos estar atentos a sinais como dificuldade respiratória, recusa persistente de líquidos e alimentos, vômitos em jato, convulsões ou manchas na pele”, detalha Bruna.

Além da observação, manter a criança hidratada, oferecer alimentos leves e garantir um ambiente confortável são atitudes fundamentais. O uso de antitérmicos deve ser cogitado apenas em último caso, sempre sob orientação médica, que poderá indicar o medicamento correto com base na idade e peso da criança.

A mudança também deve impactar os protocolos de escolas e creches. Muitas instituições adotam a presença de febre como critério para afastamento, e agora esse limite pode ser revisto. O mais importante, segundo Bruna, é que qualquer decisão seja tomada com base em orientação médica, priorizando sempre o bem-estar coletivo e a saúde da criança.

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