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25/05/2025

Streaming Universal+ chega ao Brasil e divide opiniões entre cinéfilos da região

Por Beatriz Pires em 25/05/2025 às 07:00

Divulgação
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A Universal+ chegou ao Brasil e promete ser uma boa adição ao catálogo de streaming. A plataforma reúne produções já consolidadas no mercado audiovisual, incluindo clássicos como dramas policiais, reality shows, animações e outros conteúdos fruto de parcerias com os canais Universal TV, Studio Universal, SYFY, DreamWorks, entre outros.

Com opiniões divergentes, os cinéfilos Eduardo Ricci e André Azenha têm visões diferentes sobre o futuro do serviço no país. Azenha destaca que a proposta da plataforma é trazer um conteúdo mais enxuto, mas com foco bem definido, oferecendo títulos populares e séries como Chicago Fire e Law & Order.

Ricci, por outro lado, é mais pessimista. Para ele, a Universal+ representa apenas mais um entre tantos serviços já disponíveis, o que pode tornar o mercado insustentável a longo prazo.

“A Universal+ vai ser mais um integrante dessa máfia — no sentido de jogar sujo. O objetivo é lucrar cada vez mais. O serviço está péssimo. A Universal+ até vai trazer outros filmes interessantes para nós, amantes de cinema, mas, para isso, será necessário assinar mais um streaming com um valor inacessível. Na minha visão, cada um deveria custar no máximo R$ 10,00. Assim, seria possível assinar de seis a oito plataformas e ter mais opções para assistir”, defende Ricci.

Azenha destaca que, diante desse cenário, a rotatividade de assinaturas passa a ser uma solução viável. Atualmente, quem quiser ter acesso a todos os serviços disponíveis no mercado precisa desembolsar cerca de R$ 300 por mês, um valor fora da realidade da maioria dos brasileiros.

“É importante avaliar o custo-benefício, a presença de títulos exclusivos, a diversidade do catálogo — envolvendo filmes, séries, documentários e produções infantis — além da qualidade técnica de navegação, resolução, possibilidade de downloads e compartilhamento de tela ou perfis”, explica Azenha, que também é diretor do Santos Film Fest.

Cada plataforma tem um perfil de conteúdo e pode atrair diferentes tipos de público. Apesar da Netflix ainda liderar o mercado como pioneira, outras vêm ganhando espaço, como a Amazon Prime Video, que oferece vantagens como frete grátis, músicas e jogos. Já a Globoplay se destaca pelos conteúdos nacionais. Azenha aponta que o Estado de São Paulo é o que concentra o maior número de assinantes.

Ricci compara o atual cenário do streaming ao que ocorreu com os aplicativos de transporte, como a Uber, em que surgiram diversas frentes, mas a qualidade do serviço foi reduzida. Ele chama isso de processo de “uberização” e vê esse fenômeno como uma das razões pelas quais muitos recorrem a métodos alternativos para assistir filmes e séries, como baixar conteúdo ilegalmente.

“Muitos usuários relatam cansaço diante de tantas opções e dificuldade em decidir o que assistir. A consequência disso é o retorno à curadoria tradicional, com listas temáticas e canais de recomendação”, explica Azenha ao comentar o que chama de fadiga digital.

Além do download de filmes, outra prática comum tem sido o compartilhamento de telas, que já começou a ser limitada por plataformas como a Netflix e pode se tornar tendência em outras empresas do setor. Algumas plataformas também vêm segmentando seus planos, oferecendo versões mais baratas com anúncios — como é o caso da Globoplay, Disney+ e, mais recentemente, a HBO Max, segundo o crítico.

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