Fim de 'Round 6' diverte pelos jogos, mas falta alguém por quem torcer
Por Nathalia Durval/Folhapress em 27/06/2025 às 10:47

No início da terceira temporada de “Round 6”, os participantes votam para a brincadeira continuar, mesmo após a carnificina provocada pelo levante liderado pelo jogador 456 e com a opção de voltar para casa com uma fatia do prêmio. Esse continua sendo o maior acerto do hit sul-coreano da Netflix – mostrar até onde as pessoas vão por dinheiro. Como ficam viciados em só mais uma chance de faturar, mesmo que o preço seja a própria vida. Pessoas comuns se dispõem a matar sem dó, a trair, topam assassinar até um bebê.
Ao mesmo tempo, o jogador 456 – o protagonista vivido por Lee Jung-jae – é entregue de volta ao dormitório dentro de um caixão. Ao acordar, questiona por que foi poupado e implora que os soldados o matem. Dali em diante, fica abatido, se abstêm de votar. “Esse entregou os pontos”, diz uma personagem sobre o campeão da competição anterior.
Mas de repente, seu olhar fica animalesco. Ele tenta sufocar uma jogadora. Depois, culpa o 388, o que mentiu ser fuzileiro e, na hora de pegar em armas, amarelou durante a revolta. Pior – está decidido a matá-lo, por vontade própria.
Com essa mudança de índole, o protagonista entrega a vitória do Front Man – o organizador desses jogos, vivido por Lee Byung-hun – de bandeja. Ele enfim é corrompido ao matar um dos seus. O comportamento corrobora uma teoria dos fãs, de que o 456 poderia se tornar o próximo líder da matança.
Nessa confusão, a culpa começa a assombrar o personagem. Depois de um sermão, lembra de como não foi um bom pai, muda de ideia de novo. O público fica sem entender sua psicologia, suas motivações.
A divisão da temporada final em duas partes deixou os espectadores cansados, com diversas reclamações de que a segunda fase não foi bem concluída. Esta leva de episódios tem um ritmo melhor, dando mais protagonismo aos jogos, que é o que realmente interessa aos espectadores.
O primeiro é um esconde-esconde que vira uma brincadeira de gato e rato num labirinto de corredores, portas e quartos. O quinto reprisa a ponte de vidro anterior, ao fazer com que jogadores atravessem um trilho nas alturas enquanto pulam corda.
Mais uma vez, a série mostra que não dá para se apegar por nenhum personagem, pois eles vão morrer, uma hora ou outra. O problema dessa vez é que falta justamente alguém por quem torcer. Os favoritos do público – como a jogadora trans – vão embora logo. Sobram oito homens, entre eles, o 456. Mas, a essa altura do campeonato, fica a dúvida se vale a pena torcer por ele ou não.
Round 6 – 3ª temporada
- Avaliação: Bom
- Classificação: 18 anos
- Elenco: Lee Jung-jae, Lee Byung-hun e Wi Ha-joon
- Produção: Coreia do Sul, 2025
- Criação: Hwang Dong-hyuk
- Onde ver: Disponível na Netflix